No AMAZÔNIA:
Após quase 48 horas de sessão presidida pelo juiz Ronaldo Valle, o Conselho de Sentença da 3ª Vara do Júri de Belém, após votação, decidiu o destino do ex-comerciante Ismael Macambira Haick, réu confesso do assassinato da ex-esposa, Núbia Conte. Ele foi julgado e condenado por homicídio qualificado pelo uso de emboscada ou surpresa combinado com as agravantes de motivo torpe, concurso de terceiros e tortura. A sentença foi proferida nas primeiras horas de ontem. As informações foram divulgadas pelo TJE-PA.
A defesa do réu, promovida por Vladimir Koengh e Alex Noronha, sustentou a tese da semi-inimputabilidade, requerendo também aos jurados que votassem pela prática de homicídio privilegiado. Para justificar a tese do homicídio privilegiado, os defensores públicos argumentaram que, 'pelos anos em que esteve separado da esposa e filhos, e sabendo que a mãe maltratava os filhos, além de impedir o réu de acompanhar a criação deles, teria gerado a violenta emoção'.
Mesmo com o adiantado da hora, a bancada da promotoria, formada pelos promotores Miguel Baia e Manoel Victor Murrieta, além das advogadas Clêbia e Aline, habilitadas como assistentes de acusação, retornaram à réplica para reforçar a premeditação detalhada do crime, e os agravantes. Na réplica, a acusação enfatizou o laudo da psiquiatra forense Elizabeth Ferreira, do Centro de Perícias Renato Chaves, que comprova que o réu era perfeitamente capaz. Os defensores também retornaram à tréplica, mas, a tese da defesa foi totalmente rejeitada pelos jurados.
Por fim, com trinta minutos reunidos em sala secreta, os jurados decidiram pela condenação do réu, acolhendo integralmente a acusação. Ao dosar a pena, o juiz aplicou a pena líquida de 27 anos de prisão para Isamel Macambira cumprir em regime inicialmente fechado, no Complexo Penitenciário de Americano.
No plenário do júri os familiares da professora assassinada receberam a notícia com muita emoção. Familiares de outras vítimas de crimes violentos, como tios de Nirvana Paes, mãe de Maia Russo e pais das crianças da Pratinha, integrantes do Movimento pela Vida (Movida), estiveram ao lado da família da vítima de Macambira Haick. Ubandistas também acompanharam o julgamento, para prestar apoio e solidariedade à família Toutenge Conte.
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