quarta-feira, 10 de junho de 2009

Docentes se mobilizam

No AMAZÔNIA:

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) prepara uma manifestação, a partir das 9h de hoje, em frente ao Tribunal de Justiça do Estado (TJE) para cobrar o direito à greve. Como esse é um assunto abrangente, os professores esperam pela participação de outras categorias.
A pedido da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), a greve dos professores foi considerada abusiva pela Justiça. Na semana passada, uma liminar do juiz Marco Antônio Castelo Branco ameaçou punir o sindicato com multa diária de R$ 20 mil caso a categoria não retornasse ao trabalho.
A assessoria da entidade recorreu da liminar. Para os advogados do Sintepp, o juiz não pode basear sua decisão na lei federal 7.783, que trata de greve. A legislação considera abusivas as paralisações de prestadores de serviços essenciais e, sustenta o sindicato, a Educação não está na relação.
Ontem, a coordenação divulgou um chamado às outras categorias para que participem da mobilização em favor do direito à greve. Conforme o material, o objetivo é 'saber qual o posicionamento dos magistrados em relação ao que estabelece a Constituição Federal'.
Por outro lado, a assessoria da Seduc divulgou, ontem, a convocação feita pela secretária para que os alunos voltem.
'Muitas das escolas onde os professores já retornaram ao trabalho ainda não conseguiram regularizar as atividades por falta de alunos', diz o texto.
Segundo a assessoria, 80% das escolas já retomaram as aulas, porém 123,6 mil alunos continuam afetados pela greve.
A Seduc divulgou, ontem, a relação das escolas onde o serviço já foi normalizado, mas há falhas. Na escola Dom Pedro I, localizada no bairro de Val-de-Cães, por exemplo, uma turma foi dispensada e outras não tiveram todas as aulas porque nem todos os professores voltaram, apesar de a secretaria dizer o contrário.
A relação da Seduc engloba escolas estaduais de Belém, Ananindeua e distritos de Outeiro e Icoaraci. A lista aponta 218 escolas com aulas normalizadas, 70 com o retorno parcial e 65 ainda em greve.
O material foi atualizado até a segunda-feira, mas ontem era possível encontrar alunos retornando para casa sem aula em escola que forma o grupo das que tiveram o serviço 'normalizado'. A escola Arthur Porto, no bairro do Jurunas, por exemplo, ficou sem quatro professores e dispensou as turmas que teriam aulas com eles.
Outra é a escola Dom Pedro, onde 40% dos professores ainda continuam em greve. Segundo a diretora Maria Trindade, uma turma foi dispensada, à tarde, porque as três disciplinas do dia (Geografia, História e Sociologia) seriam ministradas pelos professores grevistas.
A diretora revelou que apenas um professor retornou ontem e a maioria dos que estão em sala começou a retornar ao trabalho na sexta-feira, 5. Como o corpo docente ainda não está 100%, sempre tem turma que fica sem alguma das aulas do dia.

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