domingo, 21 de junho de 2009

Calmaria azulina é lucro

No AMAZÔNIA:

Terminado o Campeonato Paraense e com o Clube do Remo sem vaga em nenhuma das séries do Campeonato Brasileiro, ou seja, sem nenhuma competição oficial pela frente, o lateral-direito azulino Levy foi convidado pelo São Raimundo para defender o time santareno na disputa da quarta divisão. Depois de breves conversas, o jogador declinou do convite. Mas o que levaria um atleta preferir ficar num clube que terá pela frente apenas amistosos no interior do Estado em campos invariavelmente ruins e, na maioria das vezes, encontrando acomodações e viagens desconfortáveis? Levy respondeu que era o compromisso com o Leão Azul, clube que o formou. Mas a atual calmaria financeira do Filho da Glória e do Triunfo também podia ser usada na resposta.
Não que o Remo tenha se tornado um oásis de tranquilidade em suas contas. Pelo contrário. O presidente Amaro Klautau faz questão de ressaltar que as dificuldades ainda existem e são complicadas. 'Tudo bem, não está. O clube continua endividado e com muitos credores; mas hoje contamos com mais credibilidade para negociar', diz o dirigente.
Mas não há como negar que 2009 é um ano atípico para o clube em face do retrospecto dos últimos anos. De janeiro para cá o futebol está em dia em seus vencimentos. Notícia que há muito não era dada. Curiosamente, a desclassificação de todas as competições oficiais significou uma economia substancial para o Leão Azul. Participar da Série D significaria custos altíssimos com viagens e hospedagens e o único retorno extra seria o das arrecadações nos jogos, o que é sempre uma incerteza.
'No começo do ano fixamos que a folha salarial do futebol seria de R$ 120 mil, mas chegamos a passar desse limite e fomos a R$ 150 mil, mas tudo dentro da nossa realidade. Infelizmente o time não conseguiu a vaga para a Série D e, depois enxugamos o elenco para R$ 50 mil', explica Klautau.
Curiosamente, um dos pilares para a calmaria - é bom sempre frisar, calmaria em relação aos anos anteriores - começou na anterior. O satanizado biênio de Raimundo Ribeiro pode ter sido um fiasco administrativo e na questão futebolística, mas terminou com a venda da sede campestre, que de elefante branco foi utilizada para pagar parte das dívidas na Justiça do Trabalho. Esses pagamentos contribuíram para o tão celebrado retorno da credibilidade e a liberação dos contratos de patrocínio.
Até agora o Leão Azul tem quatro amistosos confirmados (Cristal-AP, Izabelense e as seleções de Quatipuru e Igarapé Miri), cada um com cota de R$ 10 mil. Abaetetuba, Tucuruí, Almerim e Cametá negociam para ter o Remo em suas cidades.
Para o segundo semestre o clube planeja estratégias de marketing para tentar atrair novos e antigos associados. O mesmo já foi tentado em anos anteriores e sem sucesso. Quem está à frente da nova empreitada é o vice-presidente Orlando Frade, que assumiu o cargo - recém criado - de vice-presidente para assuntos estratégicos.

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