domingo, 21 de junho de 2009

Cartolas se perdem nas contas

No AMAZÔNIA:

No futebol paraense, há mesmo evasão de renda ou é a queda de público que tem incomodado tanto os dirigentes? Remo e Paysandu só agora começaram a sair do aperto financeiro. Porém continuam dependentes das bilheterias, consideradas apenas um complemento da renda mensal dos grandes clubes brasileiros. Por isso, quanto menor o público, menor é a arrecadação e mais os cartolas reclamam, como tem feito o presidente bicolor, Luiz Omar Pinheiro, na Série C do Campeonato Brasileiro.
'O Mangueirão só pode ter diminuído', resmungou o dirigente, logo após a partida entre Paysandu e Sampaio Corrêa, no Mangueirão. Pouco mais de 17 mil torcedores foram ao estádio para ver o jogo, disputado dia 25 de maio. A arrecadação, contudo, não agradou a Luiz Omar, que culpou a evasão de renda pelo prejuízo. Mas, domingo passado, o presidente bicolor mudou o discurso. O problema, dessa vez, foi a ausência da torcida. Apenas pouco mais de 12 mil pessoas compareceram ao estádio. 'Me sinto abandonado pelo torcedor', criticou.
Apesar da queixa, o primeiro jogo do Paysandu na Série C de 2008, no Mangueirão, foi assistido por menos de 6 mil torcedores no estádio. Em 2009, o público praticamente triplicou na partida de estreia na Terceirona. Ou seja, Luiz Omar Pinheiro não tem motivos para reclamar, pois o Papão é o clube com a maior média de público da Série C. E, consequentemente, arrecadou mais do que os outros 19 participantes do campeonato. Em apenas duas partidas, o clube registrou renda bruta superior a R$ 396 mil.
Para Amaro Klautau, o presidente azulino, a queda de público é o maior desafio enfrentado pelos clubes brasileiros. 'É possível que a torcida espere outros jogos, outros momentos dos times. Se numa partida como a de Corinthians e Internacional, pela final da Copa do Brasil, o público foi de 36 mil pessoas, é porque algo está acontecendo', questionou o dirigente, que só não tem reclamado porque, sem ter um plantel formado e sem disputar jogos oficiais, a receita do Remo tem sido maior do que as despesas.
Além da redução de público, as transmissões televisivas e os custos das partidas têm contribuído para a crise financeira de Remo e Paysandu, segundo Klautau. 'Não temos a menor dúvida de que a transmissão tira o torcedor, mas assinei o contrato consciente', admite o presidente azulino. 'Também acho necessário mudar alguns critérios usados em jogos de futebol, como a contratação de um quadro móvel (seguranças, roleteiros...), além de outras despesas das partidas, que não são claras', explicou.

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