sábado, 25 de abril de 2009

Seccionais são revistadas

No AMAZÔNIA:

Em uma ação rotineira e preventiva, policiais civis fizeram, ontem à tarde, revistas nas celas das seccionais do Guamá e da Cremação. As duas unidades estão com seus xadrezes superlotados. Na Seccional do Guamá, a vistoria começou por volta das 16 horas. Com o apoio de nove policiais militares da 11ª Zona de Policiamento, os investigadores retiraram todos os 40 presos de Justiça da única cela da unidade - mais do que o dobro de sua capacidade.
A ação dos agentes foi coordenada pelo delegado Sinélio Ferreira, diretor da seccional. Durante a revista, os investigadores fizeram a conferência dos presos. Eles também verificaram se havia alguma possível irregularidade na cela, como, por exemplo, a existência de estoques, instrumentos produzidos pelos próprios presos e usados para cavar buracos. Os policiais também observaram se existia alguma grade serrada.
Em virtude do excesso de presos, a preocupação dos policiais é constante, sobretudo com a possibilidade de fugas. Nos finais de semana, por exemplo, aumenta o desejo dos presos de estarem em liberdade. E, por essa razão, os policiais redobram sua atenção. Em que pese a superlotação carcerária, o delegado Sinélio já disse que seus policiais continuarão prendendo aqueles que cometerem crimes. E que, uma vez autuados na forma da lei, vão continuar atrás das grades, à disposição da Justiça.
Já a fiscalização na Seccional da Cremação começou em torno de 16h45, sendo feita com o apoio de cinco investigadores do Grupo de Pronto-Emprego (GPE), unidade da Polícia Civil. Até esse horário, a única cela da seccional abrigava 36 presos de Justiça, embora sua capacidade seja para, no máximo, 12 homens. Diretor dessa unidade, o delegado Marco Antônio Duarte observou que vigiar os detentos acaba desviando a Polícia Civil de sua principal missão constitucional, que é a de ser a Polícia Judiciária - ou seja, a que investiga crimes (furtos, roubos, homicídios, tráfico de entorpecente etc.). O tempo em que os policiais poderiam estar nas ruas, levantando informações sobre os criminosos, por exemplo, têm que ficar atentos à movimentação na cela.
No entanto, afirmou o delegado Duarte, seus policiais não vão parar de prender bandidos. Se não houver como os detentos autuados em flagrante, ou que foram detidos mediante cumprimento de mandado de prisão, ficarem junto com os demais presos, o delegado disse os deixará, se necessário e por pouco tempo, separados em uma sala, mas devidamente algemados, até surgir vaga em alguma unidade prisional. Duarte também disse que fará de tudo para impedir a ocorrência de fugas em sua seccional. Primeiro, explicou ele, porque esses fugitivos voltarão para as ruas e irão cometer crimes novamente. Sem contar que, foragidos, prejudicam o andamento do processo na Justiça, pois não terão que comparecer para prestar depoimentos. Ainda durante a revista, o diretor da seccional informou que mais dois presos iam ser colocados naquele mesmo xadrez, tão logo fosse concluído o flagrante de roubo lavrado contra eles.

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