No Blog de Lucia Hippolito
Quando vi o reverendo Jesse Jackson chorando feito criança diante das câmeras, ele, velho combatente da causa da integração racial nos Estados Unidos, não agüentei. Chorei também. E muito.
Chorei pela luta de todos, negros e brancos, que contribuíram corajosamente para o fim da segregação, pelos direitos civis, pela liberdade.
Liberdade de ser diferente. Na cor da pele. Nas idéias. Isso é democracia.
Não faço a menor idéia de como vai ser a presidência Obama. Tenho certeza de que a maioria dos que votaram nele também não fazem.
Não é isso que está em jogo. Não era disso que se tratava.
Eleger Obama (com uma votação também histórica) é eleger um projeto de mudança, de restauração do orgulho do povo americano, abatido e humilhado pelos piores oito anos de sua história, governados pelo pior presidente que já morou na Casa Branca.
Uma nação desprezada e odiada no mundo inteiro. Aquele povo não merecia isso.
Mas a democracia tem dessas coisas. Um país consegue, com uma virada histórica, se reinventar, ser parteiro de si mesmo.
Elegendo Obama, os Estados Unidos deram um passo gigantesco no caminho da plena integração, da aceitação da diferença.
Et pluribus unum, diz o mote do país. Um país feito de gente de todos os lugares do mundo, de todas as línguas, de todas as cores, de todas as religiões.
Depois de 2001, parecia que o país estava perdendo aquilo que o fez forte, o melting pot, o caldo de cultura.
Parecia que o país estava ficando perigosamente igual.
A eleição de Obama celebra a diferença.
É ou não é para chorar feito criança?
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