quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Falta de crédito ajuda a conter desmatamento na Amazônia

O desmatamento continua em queda na Amazônia. É o que mostra o novo boletim Transparência Florestal, do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon): em setembro de 2008, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) registrou 348 quilômetros quadrados de desmatamento na região, uma queda de 69% em relação ao mês de setembro de 2007, quando o desmatamento somou 1.112,5 km2. Mas ao contrário do que mostrou semana passada o boletim do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de que Mato Grosso estaria na liderança na derrubada da floresta, os dados do Imazon reafimam que o Pará continua sendo o estado que mais desmata, possuindo os cinco municípios com maior perda de área.
Para o pesquisador Adalberto Veríssimo, um dos coordenadores da pesquisa, uma das principais explicações para queda do desmatamento na região amazônica está relacionada às restrições ao crédito rural adotadas pelo Conselho Monetário Nacional, exatamente para ajudar no combate à derrubada da floresta. Veríssimo acredita que a crise financeira internacional contribuirá para reduzir ainda mais o crédito rural e, por conseqüência, o desmatamento.
A novidade neste boletim do Imazon é que pela primeira vez a ONG sediada em Belém registra os casos de degradação florestal, e não apenas o corte raso. Em geral, essas áreas degradadas são florestas que sofreram exploração madeireira e/ou foram afetadas por fogo florestal de várias intensidades, mas que ainda não são consideradas áreas desmatadas.
Além das áreas desmatadas, portanto, o SAD registrou também 345 quilômetros quadrados de florestas degradadas na Amazônia Legal. Do total, 43% ocorreu no Mato Grosso; 40% no Pará; 14% em Rondônia; 2% no Amazonas e no Acre foi menor que 1%.
Segundo ainda o Imazon, o desmatamento acumulado de agosto a setembro de 2008, que é o início do calendário atual de desmatamento, totalizou 459 km2. Em relação ao desmatamento ocorrido no mesmo período do ano anterior (1.775 km2, houve uma redução de 74%.

Leia mais no Pará Negócios, do jornalista Raimundo José Pinto

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