sábado, 19 de abril de 2008

Polícia indicia pai sob a acusação de matar Isabella

Na FOLHA DE S.PAULO:

O estagiário de direito Alexandre Alves Nardoni, 29, foi indiciado ontem pela Polícia Civil sob a acusação de assassinar a sua filha Isabella, 5. A mulher dele, Anna Carolina Jatobá, 24, madrasta da menina, também deveria ser indiciada.
A decisão da polícia de pedir o indiciamento foi confirmada na tarde de ontem pelo delegado Aldo Galiano Júnior, diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), antes mesmo do final do interrogatório de Nardoni no 9º DP (Carandiru). "Nesse momento, eles estão indiciados", disse o delegado, ao afirmar que Alexandre já havia sido informado disso e que Anna seria notificada durante seu depoimento.
Informações do laudo conclusivo do Instituto de Criminalística (IC) foram fundamentais para pedir o indiciamento -os peritos acharam sangue da menina no carro do casal e na cadeirinha de bebê.
Para os responsáveis pelo caso, o crime está "praticamente solucionado". Conforme a Folha revelou na quarta, para a polícia foi Nardoni quem arremessou Isabella do 6º andar do prédio onde ele mora depois de Anna ter tentado asfixiá-la.
Apesar de já saber que seria indicado, Nardoni, em quase oito horas de depoimento, manteve a versão de que alguém invadiu seu apartamento na noite do dia 29 e atirou Isabella pela janela. O interrogatório de Anna Jatobá teve início às 19h45 e continuava até a conclusão desta edição.
Nardoni e Anna chegaram ontem ao 9º DP sob forte esquema de segurança, por volta das 11h15. Na saída da casa do pai de Nardoni e na entrada do DP, uma multidão aguardava o casal aos gritos de "assassinos" e "lincha". Policiais tiveram de usar escudos para evitar que pedras atingissem o casal. Ao sair da casa, Anna chorava.
Assim que entraram na delegacia, o casal foi mantido sempre em salas separadas. Nardoni começou a ser interrogado por volta das 11h45 e respondeu a todas as perguntas.
Os delegados Calixto Kalil Filho e Renata Helena Pontes, do 9º DP, e o promotor Francisco José Taddei Cembranelli foram os responsáveis pelas perguntas. O depoimento foi acompanhado por dois advogados da defesa e um escrivão.
Em esquema de revezamento, um dos três advogados do casal sempre amparava a madrasta na outra sala. Durante o interrogatório de Nardoni, Anna ficou na sala da chefia dos investigadores.
Segundo Galiano Júnior, os policiais que investigam o caso ainda decidiriam quais serão as qualificadoras do indiciamento por homicídio. Na madrugada, policiais informaram que o casal seria acusado de homicídio, com três agravantes: motivo fútil, impossibilidade de defesa da vítima e meio cruel.

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