sábado, 12 de abril de 2008

Fita vira pista fundamental sobre assassinato


No AMAZÔNIA:

O corpo da defensora pública Vera Ximenes Ponte será sepultado hoje, às 11 horas, no Cemitério da Paz, em Fortaleza, cidade onde está radicada a maioria dos seus familiares. Depois de ser velado numa das capelas mortuárias do Hospital da Beneficente Portuguesa, em Belém, o corpo da defensora embarcou às 19 horas de ontem para aquela cidade. No trajeto, foi acompanhado até o aeroporto por dezenas de colegas de profissão.
Vera Ximenes, que tinha 62 anos, foi assassinada dentro de sua própria residência, localizada na rua 14 de Abril, em São Brás, no início início da noite de quinta-feira (10). Com mãos e pé amarrados, o corpo da defensora foi encontrado no corredor da casa, por vizinhos, que desconfiaram do portão e porta escancarados. A Polícia trabalha com a hipótese de latrocínio, pois pertences da vítimas desapareceram da casa.
O inquérito está sendo presidido pela delegada Dolores Guedes. Geraldo Araújo, secretário de Segurança Pública, pediu especial dedicação ao caso.
De acordo com o delegado Robério Pinheiro, diretor da Seccional de São Brás, algumas pessoas, todas do círculo de relações da vítima, já começaram a ser ouvidas. O delegado garante que não tem suspeitas e que está aguardando o resultado das perícias técnicas para constituir a dinâmica do crime. A Polícia também está analisando a fita de vídeo do edifício localizado ao lado da casa da defensora, peça considerada de fundamental importância para a elucidação do crime e a identificação do autor do assassinato.
O laudo de necropsia do cadáver da defensora indica que Vera Ximenes foi morta por asfixia mecânica. Ela também sofreu infarto durante o esganamento. Robério Pinheiro diz acreditar que na próxima segunda-feira a Polícia deva ter novidades sobre o crime.

A última homenagem em Belém
A capela mortuária onde o corpo da vítima foi velado ficou pequena para tanta gente. Vera Ximenes, irmã de Romero Ximenes, ex-secretário de Educação do Estado e ex-deputado estadual, era defensora pública desde 1984, tempo que lhe garantia a condição de co-fundadora da atual Defensoria Pública. Ela trabalhava na Coordenadoria Criminal da Capital, que fechou as portas em sinal de luto, devendo retomar suas atividades somente na segunda-feira.
Durante o velório, ontem, os defensores públicos não fizeram qualquer manifestação especial. Estiveram presentes e acompanharam a condução da urna ao aeroporto. Também estavam presentes, em Belém, todos os 12 irmãos da vítima. A mãe, de 85 anos, aguardou o corpo na capital alencarina.
A família de Vera Ximenes parecia confiante no trabalho da Polícia. 'Acreditamos que a nossa Polícia saberá conduzir o processo de investigação', limitou-se a dizer Romero Ximenes. A defensora Maria de Belém, presidente da Associação dos Defensores Públicos do Pará, garantiu que a entidade vai acompanhar de perto as investigações.

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