Na FOLHA DE S.PAULO:
Pelo menos dois seguranças da equipe que protege a família do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Bernardo do Campo (ABC paulista) gastaram nos últimos três anos R$ 149,2 mil com cartões de crédito corporativos do governo. Além de despesas com manutenção de veículos e materiais de construção, eles pagaram contas de churrascaria, magazines, lavanderia e até construíram e equiparam academia de ginástica privativa.
No ABC moram os filhos de Lula e suas respectivas famílias. A segurança é feita por uma equipe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Ontem, a Folha revelou que um segurança gastou nos últimos nove meses R$ 55 mil no cartão corporativo em Florianópolis, onde é feita a proteção da filha do presidente, Lurian. Segundo o chefe do GSI, general Jorge Félix, os gastos desses funcionários são sigilosos e não deveriam estar no Portal da Transparência. A Presidência também não se manifestou.
O uso do cartão corporativo é regulamentado pelo decreto 5.355, de 2005. Deve ser usado para compras "emergenciais", para o "pagamento das despesas realizadas com compra de material, prestação de serviços e diárias em viagens". O governo alega que o cartão permite maior controle sobre os gastos.
O general Félix foi questionado ontem sobre o motivo de os gastos dos seguranças terem sido feitos por meio de cartão e não por licitação, pregão ou outras modalidades. Ele disse que cada caso deve ser analisado individualmente. "Depende da natureza [da despesa]."
Os cartões usados no ABC, vinculados à Secretaria Administrativa do Palácio do Planalto, estão nas mãos de "Luiz G.B. Aragão" e, até 2006, de "José Benedito Cost".
Há um terceiro cartão que foi utilizado por dois meses em 2007 (janeiro e fevereiro) nos mesmos estabelecimentos em São Bernardo e que registra despesa total de R$ 5.078,26, em nome de "Eduardo S Barroso". A Folha não conseguiu confirmar se ele também integra a segurança presidencial.
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