Abaixo, um comentário originalmente postado no blog Na Ilharga, sob o título "Mais do mesmo", e que foi trazido pra cá por um Anônimo a respeito da postagem Candidatura própria do PT é inviável, diz petista:
A posição do deputado Zé Geraldo, a respeito de candidatura própria do Partido dos Trabalhadores ao governo do Pará, reflete um comportamento generalizado das lideranças partidárias do grupo político hegemônico, cujo comportamento vem fazendo o partido perder importância no quadro local, levando-nos à condição de mera moeda de troca a ser usada pela direção nacional.
Com efeito, desde que essas lideranças passaram a ser nossos representantes no Poder Legislativo, notadamente no plano federal, o PT trocou o protagonismo nos grandes debates da conjuntura por uma postura que passou a dialogar em silêncio com corporações e segmentos sociais, transformando esses mandatos em instrumentos dos interesses desses segmentos e corporações. Claro que isso é extremamente positivo na medida em que reflete uma postura política pautada no compromisso de estar ao lado daqueles que os ajudaram a conquistar seus respectivos mandatos.
No entanto, isso não responde por tudo aquilo que se espera de um parlamentar eleito por um partido de esquerda, principalmente em um estado com tantos problemas estruturais surgidos após o fim de um ciclo econômico que nos legou o retorno à condição de província, em que nossas riquezas continuam a ser exploradas economicamente com ganhos mínimos para a nossa população, sob a conivência de um sem número de oportunistas que não demonstram o mínimo pudor em expor a distância existente entre suas intenções e gestos, traduzidos pela omissão conivente quando lhes convém, como é o caso da famigerada Lei Kandir ou na cumplicidade com a Vale; auto absolvendo-se, com o mesmo cinismo, recorrendo ao esfarrapado discurso da discriminação ao Pará, como se a inoperância e má-fé de décadas de mandatos tivessem seus fracassos justificados por esse álibi mambembe, espécie de versão tecnobrega da "Teoria Conspiratória".
Por mais absurdo que possa parecer, foi o deputado Cláudio Puty, marinheiro de primeira viagem, o único que disponibilizou o seu mandato para debater aqui e no Congresso Nacional temas como o SuperSimples, Lei Kandir, reforma agrária, investimentos no estado, enfim, dispôs-se a discutir a macropolítica sem pensar apenas no mandato seguinte. Que ocupou um espaço como há muito não se via um deputado federal do PT ocupar. E não se trata de referência a artigo dominical em jornal de grande circulação em Belém. Está se falando de alguém cujo desempenho o levou a ocupar espaços relevantes na Câmara Federal e ensejou ao DIAP destacar sua atuação apesar, repita-se, de ser um estreante.
Por isso, quando o deputado Zé Geraldo faz pouco caso das nossas chances eleitorais ele parece esquecer que isso não ocorre por acaso, mas porque o comportamento dos que deveriam representar o projeto político petista optaram pela semelhança com o comportamento daqueles que muitas vezes fazem oposição ferrenha a nós. Por isso, só fazendo política resgataremos nosso protagonismo de volta, sem precisar submeter companheiros valorosos como Mário Cardoso e Alfredo Costa a vexames eleitorais dos quais eles não tiveram culpa. Apenas foram vítimas do pragmatismo resignado que adotamos e que levou à desimportância que hoje nos assola.
3 comentários:
Passeando pela blogsfera encontrei nesse blog esse comentário(?) como se fosse de um anônimo. Pois não é. Trata-se de um post publicado no blog NaIlharga, de responsabilidade do autor desse esclarecimento, sob o título 'Mais do Mesmo'(19/02). Também postado no facebook sob um título diferente, 'Candidatura própria não é problema. É solução'. A mudança de título é porque este escriba faz parte do grupo que milita em prol da candidatura própria do PT ao governo do Pará, daí estar esse texto inserido no debate através de alguns compartilhamentos do referido texto, inclusive do próprio companheiro Puty;
Atenciosamente
Retificação feita no início da postagem.
Grato.
Ninguém lê tanta bobagem!
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