quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Hoje é um dia histórico. Vândalos estão na cadeia.


Olhem, meus caros.
Hoje é um dia histórico.
Sem brincadeira.
Este dia, 20 de fevereiro de 2014, entrará para a história como um dia em que vândalos, travestidos de torcedores, foram presos por ordem judicial, acusados de invadir, depredar, ofender, agredir e ameaçar pessoas nas instalações de um clube de futebol no Brasil.
Há 500 anos que esses vândalos fazem isso. E nada de os reprimirem. E nada de os punirem. E os clubes sempre os tratando a pão de ló. E parte dos coleguinhas jornalistas insistindo, ainda que constrangidamente, em chamá-los de torcedores.
Não. Não são torcedores. Decididamente não.
Hoje, pois, a puliça prendeu em São Paulo 13 elementos acusados de invadir o Centro de Treinamento do Corinthians, no início deste mês. Vejam na foto acima, de Hélio Torchi/Estadão Conteúdo.
Talvez hoje seja um marco para diretorias de clubes - inclusive as de Remo e Paysandu, ouviram bem? Inclusive elas - começarem a alijar vândalos como esses de suas patotas, de suas copas e cozinhas.
Talvez hoje seja um marco para que todos, sem exceção, se convençam de que torcedores - os verdadeiros, os apaixonados, os que não se travestem de vândalos para agredir, depredar, ameaçar e até matar - existem para torcer por seus times, tratando adversários como adversários, e não como inimigos.
Talvez hoje seja um marco em que se põe cobro a tolerâncias seculares - de 500 anos, de 500 mil anos -, que elevaram elementos como esses ao status de intocáveis, de heróis de suas paixões.
Que nada, meus caros.
Que nada!
Eles não são heróis. São irracionais, que usam suas paixões clubísticas apenas como álibis para desencadear fúrias letais por aí. E por aqui também.
No último sábado, aqui mesmo em Belém, um pobre homem, Inaldo Wanderley dos Santos, 66 anos, ia para a casa de um familiar.
Passava ali perto do Baenão, onde se concentravam vândalos - misturados a torcedores - para comprar ingressos para o Re-Pa.
Desencadeou-se uma briga. Um tumulto generalizado entre os selvagens. Inaldo teve um infarto e morreu. Morreu ali mesmo, nas imediações da Antônio Baena com a avenida Romulo Maiorana.
Isso é possível, me digam?
É tolerável?
É admissível?
Claro que não.
É preciso meter esses vândalos na cadeia a processá-los regularmente, responsabilizando-os penalmente pelo que fazem.
Hoje é um dia histórico. Vândalos estão na cadeia.

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