sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Santiago questiona intervenção e explica greve de fome

Edilson Santiago é examinado durante a greve de fome: questionamentos
sobre os custos da intervenção e sugestões ao presidente interventor
"Foi pela volta das sérias e legítimas atribuições da OAB/PA, e pelo resgate da dignidade do exercício profissional dos Advogados Paraenses, que iniciei uma greve de fome no dia 01/11/2011. Exatamente às 12h, em plena Praça do Largo da Trindade, bem em frente à Seccional da OAB/PA. Como forma de protesto, pelo estado a que chegou a nossa Veneranda Ordem. E justamente também no dia da entrada do exercício do cargo do Interventor Federal, nomeado por Brasília. No que me revoltei! Por que um interventor não paraense? Será que dentre todos os advogados contribuintes da OAB/PA. Nenhum teria isenção, independência e imparcialidade para dirigir a nossa casa? Não precisamos de interventor de outro Estado para resgatar nossa dignidade! Mas, se é inevitável! Que arregace suas mangas trabalhe e exerça as funções e atribuições do cargo, que voluntariamente aceitou, juntamente com a sua diretoria.
E ao final, para dar o exemplo, diga aos advogados paraenses, prestando contas. De qual o custo financeiro desta intervenção? Com todas as suas despesas! Incluindo aí, sua estadia no Hotel Crowne Plaza Belém, de cinco estrelas."
Esse é um dos trechos de artigo "A Razão de meu protesto", que o advogado Edilson Santiago mandou para o Espaço Aberto, com pedido de publicação. Ex-Presidente da Comissão de Defesa de Direitos e prerrogativas da OAB/PA, presidente do IPDD (Instituto Paraense do Direito de Defesa) e membro da APJ (Academia Paraense do Júri), Santiago fez um greve de fome de fome que se encerrou menos de 48h depois, porque ele passou mal e precisou de atendimento num hospital de Belém.
No artigo, ele se mostra decepcionado e, ao mesmo tempo, preocupado e revoltado com os rumos pelos quais a OAB paraense enveredou desde julho deste ano, quando imergiu numa crise que acabou num processo de intervenção, comandado pelo advogado Roberto Busato, catarinense há décadas radiado no Paraná.
"A que ponto chegou a nossa OAB/PA: Um território, um feudo comandado por 'líderes espirituais' que hoje por interesses feridos, por interesses pessoais, por interesses políticos, por interesse totalmente fora da legitimidade da OAB/PA vão para o combate. Esquecendo que os soldados que os nutrem em nada concorreram para esta batalha: (a maioria dos advogados inscritos e pagantes de anuidades). E que o quadro até agora demonstrado, não terá tão cedo, o seu esperado fim. A exemplo do que exatamente ocorre, no eterno conflito no oriente médio. Do jeito que as coisas vão daqui para frente, nada mais me assustará. Inclusive já andam falando em iniciativas de boicote ao pagamento de anuidades; marchas organizadas pela sociedade civil paraense e advogados descontentes, contra os atos ilícitos administrativos, civis e penais ocorridos dentro da OAB/PA. Conforme os grupos e subgrupos estampam na imprensa", diz Edilson Santiago.
Mesmo assim, ele faz sugestões ao presidente interventor Roberto Busato: "Realize o mais breve possível, um belo, exemplar e corajoso pedido de auditoria independente, com atuação clara e transparente, inclusive com a participação de entidades profissionais civis e independentes, em todas as contas das gestões que hoje são manchetes nos jornais e que maculam e entristecem a imagem da nossa veneranda OAB/PA. Creio que o maior problema do interventor federal será realizar esta tarefa. Pedir esta tão esperada e sonhada auditoria. Para derradeira satisfação de todos os advogados paraenses. Afinal são suas anuidades, é que se encontra em jogo e no fogo.

Clique aqui para ter acesso à integra do artigo do advogado Edilson Santiago

3 comentários:

Anônimo disse...

Paulo, mas que negocio e esse? O dr. Edilson esta invertendo tudo. Em qualquer lugar do mundo, uma greve de fome e antecedida de manifestação contra um fato, uma política, e, assim, as idéias sao esclarecidas e previamente justificadas. Após anunciada a greve, a pessoa se recolhe para um lugar onde poderá ter condições de permanecer o maior tempo possível sem comer, deixando vivo o protesto até que a greve seja interrompida pelo atendimento da reivindicação ou, mesmo, pela morte do manifestante, uma vez que ele doa a própria vida pela causa. Quando nenhum dos dois ocorre e a greve não prossegue por motivos alheios, o grevista a retoma logo em seguida.
No caso do dr. Edilson, parece que ele quis apenas arrumar um efêmero palanque: na verdade chegou as 13:40 de um dia (quando já havia almoçado), tomou grandes quantidades de água de coco até o outro dia, justamente pela mesma hora do almoço. Ou seja, ele sequer chegou a passar fome, apenas deixou de ingerir sólidos por um lapso de tempo anormal. Mas, dadas as primeiras 24 horas, ao primeiro sinal de abalo físico - o que e normal em qualquer ato desses - foi encerrada a greve as pressas. Por que ele não ficou recolhido num local apropriado, em vez de ficar em praça publica, com a roupa de trabalho? Era apenas para aparecer?
Mas estranho ainda e que ele justifique a manifestação em fase posterior a ela - se se considerar que sequer tenha existido.
Mais incompreensível ainda o especifico objeto: ele não e contra a intervencao: e contra ter sido nomeado um interventor de fora. Dr. Edilson, o senhor não sabe que historicamente os interventores sempre sao escolhidos de preferencia entre pessoas não imbuídas de passionalidades e de relacionamentos locais, evitando a contaminação da investidura e a alegação de partidarismos e politiquismos? Ou a questão sua passa simplesmente por egos feridos?
A dignidade dos advogados do Pará foi atacada quando um mandatário escolhido pelo voto traiu seus eleitores praticando atos ignóbeis, traindo a confiança da classe e do Conselho que o apoiava e foi enganado. A intervencao não surgiu por opção, mas por necessidade de moralização e estabilização dos conflitos locais, e não seria advogado identificado com a causa a ou b que pacificaria o caso.

Anônimo disse...

Continuo afirmando que não teriamos a intervenção federal se não tivesse tido nada de irregular no processo administrativo. O choro é livre!

Anônimo disse...

Rapaz, os petistas não sabem mais fazer manifestações não???? Que fracasso a manifestação de hoje! Nem isso eles sabem mais fazer? E eu achava que petistas e sindicalistas estariam todos lá!