segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Guerra de Secessão: e se vence o Sul?
Para se tornar o país mais poderoso e mais rico do planeta e difundir o estilo de vida dos seus habitantes por todos os continentes, foi preciso que os Estados Unidos fizessem, em ritmo acelerado, a passagem de uma sociedade colonial para um Estado soberano, pré-industrial e predominantemente rural até aproximadamente meados do século 19. E também que enfrentassem, na década de 1860, os horrores de uma guerra civil, responsável pela consolidação definitiva da ordem burguesa e pela intensificação vertiginosa do seu desenvolvimento econômico.
Paralelamente à ampliação de suas fronteiras, os EUA receberam sucessivas levas de imigrantes, vindos principalmente da Grã-Bretanha, França, Países Baixos, Escandinávia, dos territórios germânicos e eslavos. Essa gente fugia da fome e das perseguições religiosas e políticas. Sonhava com um país melhor. Sonhava em ter seu próprio pedaço de terra. O sonho do acesso à terra contribuiu para a ocupação das pradarias. Para alguns pensadores dos EUA, tal expansão vinha concretizar o que chamavam de “Destino Manifesto”. Essa ideologia partia do princípio de que o país estava destinado a se estender do Atlântico ao Pacífico.
A ocupação das novas regiões favoreceu o desenvolvimento da economia do norte e do centro-oeste graças à ampliação das áreas agrícolas, do setor industrial, do mercado consumidor e do sistema de transporte. O sul, de economia agrário-exportadora, baseada no trabalho escravo. Além do algodão, principal produto exportado, tinha ainda o milho, o arroz e a cana-de-açúcar, que desempenharam importante papel na economia sulista. Os nortistas, ou yankees, como eram chamados, e os sulistas estabeleciam acordos políticos e quando se tornaram antagônicos e ocorreu a ruptura, os Estados do Sul se separaram da União e formaram uma Confederação. Para reprimir o separatismo dos Estados Confederados sulistas e restabelecer a União, foi travada a Guerra Civil, conhecida como Guerra de Secessão.
A Guerra Civil Americana começou logo depois da eleição do republicano Abraham Lincoln, em 1860, com uma plataforma antiescravidão bastante modesta. Em 20 de dezembro de 1860, antes de o novo presidente assumir o poder, o estado da Carolina do Sul declarou-se independente, e 5 outros seguiram o exemplo, chegando a 11 no auge do conflito. As hostilidades duraram de 1861 a 1865, e Lincoln aboliu a escravidão antes do fim da guerra, em 1º de janeiro de l863. Os EUA confirmaram seu futuro como uma nação com vasto território, potencial agrícola e baseada em mão de obra livre, condição fundamental para o desenvolvimento industrial, superando as potências europeias depois da 1ª Guerra Mundial.
Não quero dar uma de super-homem e nem pretendo mudar o curso da história. Como seria se o Norte perdesse a Guerra Civil Americana? Os EUA do Sul seriam mais agrícolas e conservadores. A Inglaterra se manteve neutra, mas havia alguma chance de apoiar os confederados. Isso poderia ter mudado os rumos do conflito e dividir o país em 2. O resultado: os 2 seriam mais fracos. Uma consequência de certo modo positiva: eles não entrariam na 1ª Guerra Mundial e o conflito possivelmente acabaria empate. Sem o nacionalismo ressentido pela derrota e o humilhante acordo de paz, Hitler dificilmente teria chegado ao poder. Na Ásia, o Japão teria espaço para se tornar um país imperialista e se transformar no maior produtor industrial do planeta.
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SERGIO BARRA é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
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