Temerosa do isolamento, Ana Júlia começa a ceder

Não passou despercebida – muitíssimo pelo contrário – a declaração da governadora Ana Júlia ao programa Argumento, na RBA, de que de sua parte não há mais o menor problema em ceder a vaga de vice ao PMDB de Jader Barbalho, na chapa petista em que ela, evidentemente, concorrerá à reeleição.
“Se o PMDB fizer questão, para mim está garantido. Não tem problema. Aí vamos ter que buscar formas de agregar outros partidos. Isso não é empecilho [para a aliança entre PT e PMDB]”, disse a governadora.
Esse novo, digamos, animus de Sua Excelência é novo.
Aliás, é novíssimo.
Até duas, três semanas atrás, no fechamento do ciclo de dezenas – mais de 40, segundo contabilizado – de entrevistas que concedeu, Ana Júlia tinha um discurso na ponta da língua.
Quando lhe perguntavam sobre isso a vaga de vice, dizia que o PMDB era imprescindível e tal e coisa.
Mas nunca, jamais, em momento algum manifestou, mesmo que implicitamente, a intenção de concordar em ceder a vaga de vice ao PMDB.
Sabem por quê?
Porque ela contava com a grande possibilidade de firmar uma aliança com o PTB de Duciomar Costa e, se possível, agregar o PR do vice-prefeito Anivaldo Vale.
A questão é que Duciomar, muito embora cortejado pela governadora, parece que não está mesmo disposto a se aliar com ela.
Ainda não se sabe ao certo ainda qual o destino político-eleitoral do prefeito.
Não se sabe se ele vai ficar no cargo, se vai disputar o governo, se o Senado...
O que se sabe mesmo é que uma aliança com Ana Júlia é praticamente descartada.
Por isso é que Sua Excelência começa a ceder.
Porque até agora ela só tem como aliados certos mesmo o PP de Gerson e alguns penduricalhos.
Aliás, o PP e Gerson passam a não ser tão certos como se pensa.
Porque o deputado e seu partido estão sendo alvos de assédios.
E que assédios...