No AMAZÔNIA:
ma nova proposta foi apresentada pelos vereadores da oposição na tentativa de fechar um acordo com a prefeitura municipal para votação do orçamento anual de Belém. Reunidos na tarde de ontem com o presidente da Câmara de Vereadores, Walter Arbage (PTB), a oposição propôs que o município incorpore aos salários dos servidores públicos municipais 3% de reajuste salarial ainda na folha de pagamento de janeiro e outros 3% em 2011. No entanto, os líderes das entidades que representam os servidores avisaram que não abrirão mão da ação judicial em trâmite para garantir a reposição de 20,84% das perdas salariais da categoria. A previsão orçamentária é de R$ 1,6 bilhão para 2010 e recebeu 2.337 emendas, todas rejeitadas pela Comissão de Orçamento.
Pela manhã houve muita briga, pressão dos servidores municipais na galeria popular, falta de decoro em plenário, ingredientes que já se tornaram comuns nas sessões da Câmara Municipal de Belém, convocadas extraordinariamente pela direção da Casa para votar a lei orçamentária, que ainda está emperrada, por falta de acordo entre a bancada aliada ao prefeito Duciomar Costa (PTB) e a oposição. Enquanto vereadores e o prefeito não se entendem, a capital paraense permanece sem orçamento aprovado para a gestão municipal deste ano. A oposição não aceita desobstruir a votação sem acordo prévio com a prefeitura, mas a base governista insiste em colocar a matéria na pauta.
Na sessão de ontem um ingrediente foi acrescido à baderna em que se transformou a apreciação do orçamento municipal. Um grande grupo de comunitários, levado para disputar a galeria com os servidores municipais, contribuiu para tumultar ainda mais o ambiente. Com faixas e cartazes de apoio ao prefeito eles fizeram apitaço, ajudaram a aumentar o barulho diário que tem marcado as sessões e ainda brigaram no hall de entrada da CMB, sendo apartados pelos guardas municipais, convocados para controlar os servidores que durante toda a semana passada fizeram pressão na galeria popular para tentar conseguir incluir no orçamento os 20,84% de reposição salarial, referentes a perdas das administrações municipais até o ano de 1992.
Depois de mais uma manhã de muita gritaria no plenário, o presidente da CMB, Walter Arbage (PTB) decidiu colocar em pauta a votação em bloco das emendas, mesmo sob protesto da oposição. 'Enquanto não houver negociação não haverá votação. O senhor parece que está querendo transformar o orçamento em um ringue', alertou o líder do PSB, Ademir Andrade.
O presidente disse que o artigo 127 do regimento interno da Casa prevê a votação em bloco das emendas. A postura de Arbage irritou o vereador petista Otávio Pinheiro, que aos gritos subiu à tribuna para impedir o início da votação. Vários vereadores da situação e da oposição rodearam a mesa diretora, até que o presidente decidiu inicialmente suspender a sessão por 20 minutos. Os vereadores se reuniram na sala vip e depois de quase duas horas a sessão foi encerrada pelo vereador Paulo Queiroz (PSDB).
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