segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

“O retrocesso não pode presidir o nosso futuro”

Do leitor Madison Paz, sobre a postagem Lula chama Serra para a briga:

Aécio (que já disse não será candidato), Serra ou Dilma (que, apesar de tudo, não sei se será. Olhem que tem gente do PT caladinho, mas pronto para qualquer obra), o que deve ser discutido é:
Voltaremos aos tempos pré-Lula, quando o País, governado pelos doutores sem palanques internacionais vivia na roda-viva da submissão ao FMI (há, talvez, alguém que nem mais sabe o que é FMI – esqueceu), vivia de “pires na mão” diante da comunidade internacional, desrespeitado, achacado, enfim, com o rabinho entre as pernas?
Ou daremos curso a tudo o que se vem construindo a partir da assunção do Metalúrgico “analfabeto” que empolga as plagas internacionais, galgando um futuro que precisa ser ampliado mediante o expurgo dos indecorosos casos de escândalos internos que, dos “Delúbios aos Arrudas” da vida, solapam as nossas siglas partidárias, esfarrapadando, inexoravelmente, a textura no nosso modelo político-partidário, sinalizando que a reforma política é uma das mais prementes e difíceis de chegar a bom termo?
Enfim, é mazela que precisa e pode ser corrigida na natureza humana a valorização do “Mateus, primeiro os teus”. Tudo porque é difícil cortar a própria carne; não apenas nos arraiais dos súditos como nos arraiais do poder. Como na Câmara e no Senado Federal, locais onde uma das tarefas mais penosas é separar o joio do trigo.
De volta ao tema, o importante não é valorizar nomes (mesmo do “Sapo Barbudo”), e sim se concentrar na consciência de que é preciso, é fundamental que o retrocesso não pode presidir o nosso futuro.

2 comentários:

Bia disse...

Bom dia, caro Paulo:

o comentarista Madison transpira seriedade. Por isso, eu li com atenção e respeito seu comentário. E por isto, sugiro a ele o artigo do Paulo Nogueira Batista Jr. (http://desempregozero.org/2010/01/01/entre-inocuas-e-nocivas/#more-5382).

O Banco Central do Meirelles é muito parecido com o Banco Central do Gustavo Franco, do FHC. E aí vai a reafirmação das minhas desconfianças: o que mudou mesmo estruturalmenet?

Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida analisa a "noosa independência":

"A dívida externa brasileira alcançou US$ 265 bilhões
em dezembro de 2008. O que o governo anunciou em fevereiro de 2008 foi que os ativos do país no exterior, constituídos fundamentalmente pelas
reservas internacionais, superariam a dívida externa pública e privada.
Ou seja: a dívida não acabou, apenas teria sido superada pela
quantidade de moeda estrangeira detida pelo país.

É necessário esclarecer o que está por trás desse acúmulo desenfreado
de reservas cambiais: uma verdadeira farra dos especuladores nacionais e estrangeiros, que trazem seus dólares em massa ao Brasil para comprar títulos da dívida "interna", em busca dos juros mais altos do mundo. O
resultado disso é a explosão da dívida interna, que atingiu R$ 1,6
trilhão em dezembro de 2008, tendo crescido 60% em apenas três anos! Ou seja, a chamada ívida “interna” está em grande parte nas mãos de
estrangeiros. Em 2008, o governo federal gastou R$ 282 bilhões com
juros e amortizações da dívida interna e externa (sem contar o
refinanciamento, ou seja, a chamada "rolagem" da dívida, que
corresponde ao pagamento da dívida mediante a emissão de novos
títulos), enquanto gastou cifras bem menores com o atendimento das
necessidades do povo brasileiro: R$ 44,5 bilhões com a saúde, R$ 23,7 bilhões com a educação e R$ 2,5 bilhões com a reforma agrária. E o mais grave é que nem sequer se sabe que dívida é essa que está sendo paga, pois a auditoria prevista na Constituição Federal de 1988 nunca foi
realizada."


Um abraço, Madison.

Abração, Paulo.

Nós agpra "emprestamos" mesmo dinheiro pro FMI? Ou continuamos cotistas como sempre fomos

Anônimo disse...

Por lei, Lula está proibido de ser candidato. Nesta eleição, Lula vai querer estar de penetra. Portanto, Serra está certíssimo em não debater com Lula. Tem que debater - e, com certeza, debaterá, no momento oportuno - com quem for candidato. Para desespero de Lula, pois vai que a Dilma repete aquela frase sobre o meio ambiente como ameaça ao desenvolvimento sustentável?