domingo, 4 de outubro de 2009

Orgânicos na mesa do Círio

No AMAZÔNIA:

Quem estava procurando o pato, o jambu e o tucupi para o almoço do Círio pôde encontrar os produtos na praça Batista Campos, ontem, com a vantagem de adquiri-los livres de agrotóxicos ou outras substâncias químicas. Os itens principais da principal refeição do Círio, entre outros, puderam ser comprados na 5ª Feira de Produtos Orgânicos, que reuniu produtores de 22 municípios paraenses.
O produtor do município de São Francisco do Pará Mário Mendes levou 50 maços de jambu orgânico para vender na praça. 'Já vendemos quase tudo. É um produto que não tem nenhuma química. Bom para quem compra, bom para o ambiente, que não é contaminado e bom para mim também, que não me exponho e preservo a minha saúde', disse o agricultor. Para ele, os produtos orgânicos estão começando a ganhar mais espaço no mercado.
Ao lado, Pedro Abreu, que tem um sítio em Barcarena, vendia patos. Foram trazidas e vendidas imediatamente 32 aves, a R$ 35 cada. O produtor diz que possui ainda uma criação de 150 patos, com 12 matrizes, tudo dentro de técnicas naturais de produção. 'Nós mesmos fabricamos a ração. Não tem hormônio para crescer mais rápido, não tem nada disso', diz ele. Com itens diversificados, ele está faturando a contento no Círio, vendendo inclusive kits com frango, polpa de fruta e verduras orgânicas.
A representante da comissão interinistitucional de promoção dos produtos orgânicos, Marta Parry, revela que a feira traz as comunidades dos municípios do interior e que a maioria ainda não possui o selo de certificação que confirma a produção sustentável livre de agrotóxico. O trabalho para certificar os mais de 120 produtores paraenses já está sendo feito, diz ela. Ela ressalta a grande procura pelos gêneros orgânicos e diz que no começo era mais difícil. 'Na primeira feira tivemos que fazer show para atrair os clientes. Hoje não precisa de nada disso. É o produtor mostrando o que tem e as pessoas chegam para comprar', pontua.
Participaram da feira ontem os agricultores da Região Metropolitana de Belém e de municípios vizinhos, como Santo Antônio do Tauá, Bragança e Capitão Poço. Além dos produtos do almoço do Círio, eles expuseram e venderam hortaliças, frutas regionais, polpa de frutas, ovos, mel de abelha, plantas ornamentais e medicinais. Há cerca de cinco anos surgiram os primeiros agricultores que substituíram o cultivo tradicional pelo orgânico. Hoje existem cerca de 120 produtores orgânicos no Pará, dos quais 30 são de Belém, sendo que está em Mosqueiro a maior concentração deste tipo de cultivo.

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