domingo, 12 de julho de 2009

Travesti pulou de veículo em movimento para evitar a morte

No AMAZÔNIA:

A travesti 'Duda', de 19 anos, conta que já foi vítima de violência. Ela diz que aos 16 anos começou a ser explorada sexualmente na rua 28 de setembro, no centro de Belém, e em março deste ano, um cliente deu dois tapas no rosto dela e puxou uma arma para ela dentro do carro dele. 'Eu só não fui baleada porque consegui virar o volante e jogar o carro na mureta do canal, abrir a porta e sair correndo', conta a vítima, que ainda tem marcas nas pernas por ter pulado do carro ainda em movimento.
O fato ocorreu em março deste ano, quando 'Duda' fechou um programa com um cliente e ele a levou para a rua do canal São Joaquim, que corta a avenida Júlio César, em Val-de-Cães. 'Foi horrível. Eu dei sorte em conseguir fugir', ressaltou, acrescentando que chegou a ir duas vezes à Seccional do Comércio para registrar ocorrência do fato, mas acabou não fazendo o registro. 'Os policiais ficaram fazendo chacota comigo e acabei desistindo de registrar o caso', complementou.
Na delegacia do Marco, na última quinta-feira, 9, Édson de Castro, de 32 anos, procurou a delegacia do Marco para denunciar que estava sendo vítima de homofobia. 'Eu faço caminhada há vários anos no Bosque Rodrigues Alves e hoje eles me ameaçaram, fizeram menção que iam me bater e eu saí correndo e vim, aqui, fazer o registro desse fato para me respaldar de qualquer tentativa deles de me fazer algum mal', disse Édson, acrescentando que, algumas vezes, vai passear no bosque com a avó, que é cadeirante.
O técnico em meio ambiente, Diego Leal, que trabalha no bosque também foi até a delegacia do Marco e negou à reportagem que tenha agido com qualquer tipo de preconceito contra Édson. 'Já chegaram denúncias na direção do bosque de que ele (Édson) estaria pedindo dinheiro aos visitantes, enquanto passeava com a avó, e até mesmo de que teria sido visto beliscando e agindo de forma agressiva com a idosa. Por isso, chamamos ele para conversar e esclarecer as denúncias', disse Diego Leal, que foi à delegacia acompanhado do guarda municipal Dias, que também reafirmou que ninguém teria agido com preconceito contra Édson. Porém, o caso foi registrado na delegacia do Marco, que investigará e concluirá se se trata de um caso de homofobia.

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