No AMAZÔNIA:
Em frente às garagens o clima também era tenso. Até as 10 horas, dos 33 ônibus programados para circular pela empresa Boa Esperança, apenas um carro conseguiu seguir viagem. Cerca de 15 homens da Polícia Militar foram acionados para reforçar a segurança e garantir a saída de pelo menos outros cinco veículos. 'É a nossa única esperança de conseguir colocar os ônibus para rodar. Muitos funcionários vieram trabalhar, mas foram impedidos pelo movimento grevista', afirmou o advogado da empresa, Haroldo Cabral.
O número, porém, não chega nem perto dos 64 ônibus que deveriam estar rodando para garantir o funcionamento de 40% do serviço, calcula o advogado.
'A categoria não está cumprindo com os 40%. Por isso, não estamos mais nem vendendo passagem e as que já haviam sido compradas tivemos que devolver o dinheiro aos passageiros', afirmou.
O Sindicato das Empresas de Transporte Intermunicipal e Interestadual ainda não tem estimativas do prejuízo causado pela paralisação dos rodoviários, mas denuncia a abusividade do movimento grevista. 'O prejuízio está sendo grande. Tivemos pneus furados, agressão ao patrimônio, além do não-cumprimento dos 40% previsto em lei. A greve é um direito dos trabalhadores, mas o direito ao trabalho também é. E eles não estão deixando os rodoviários cumprirem o que diz a lei', afirmou Almiro.
Ele cita, por exemplo, o caso da empresa dele, a Transbrasiliana, que só conseguiu colocar carros para rodar até meia-noite. Pela manhã, a polícia também foi acionada para desbloquear a entrada da empresa.
'Vamos reunir os empresários para decidir o que fazer a partir de agora', afirmou.
Até às 19h30 de ontem, a situação permanecia a mesma. Almiro informou que estava sendo difícil manter a frota de 40% circulando. 'Estão sendo feitas todos os tipos possíveis de agressões, como pneus furados, para-brisas quebrados, ameaças verbais. Parece uma greve de bandidos e não de trabalhadoras. Além do mais, pelo que percebemos, a greve é mais dos dirigentes do sindicato do que a própria categoria', desabafou. De acordo com ele, o ideal seria que a greve fosse suspensa, para retomada de negociações. 'Caso contrário, só teremos alguma posição no in´cio da semana, em através de decisão judicial', frisou.
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