Da leitora Karina Jucá, sobre a postagem Jordy é contra mudança da estrela do Pará na bandeira:
Achei interessante o assunto da estrela do Pará porque é da esfera da semiótica. Mas a despeito da importância do símbolo, entendo que não se justifica a preocupação do deputado Jordy e de uma faixa da população pelo assunto.
No contexto em que se insere, a referida discussão tem peso semelhante a uma especulação de quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha. Ou seja, é de uma intrigante nulidade.
A reação da Assembléia Legislativa é uma forma de bairrismo simplório e tão populista quanto a própria proposta do Senado contra o projeto de lei que dá posição privilegiada à estrela do Pará. É impressionante que assuntos irrelevantes como este se tornem praxe para quem esquenta o traseiro nas cadeiras públicas.
Ainda que a proposta do Senado seja sintomática, "simbólica" da inércia de muitos parlamentares, não se deve procurar, com alarde e metaforicamente "anestesiar o sintoma" como forma de (aparentemente) simbolizar a tentativa de cura da doença. O efeito perverso é que a reação da Assembléia ostenta, para bom entendedor, a outra face da mesma moeda.
Leis desprovidas de sentido emergencial provocam um efeito em cadeia desviante dos problemas reais e do qual um parlamentar sério deve se esquivar. No Legislativo, precisamos de menos símbolos e mais pragmatismo, menos discursos e mais ação. Polêmicas politiqueiras devem ser deixadas para os políticos levianos.
Recebi vários e-mails tratando do assunto, principalmente de designers gráficos e publicitários. Penso que a internet em um futuro próximo auxiliará na mudança de mentalidades. É apenas um círculo vicioso que a decadente estrela alerta e que os internautas já se encarregaram de ressaltar. De nada resulta opor-se burocraticamente ao fato, existem prioridades a serem discutidas e votadas.
É verdade que o reposicionamento do Pará na bandeira nacional legitima a notória falta de prestígio político do Estado, mas não deve ser tratado com afetação tendenciosa, pois é uma questão lógica que o Distrito Federal encabece o maior símbolo do país.
No entanto, no "específico plano do simbólico", é compreensível o apelo que suscita a beleza de uma estrela solitária, única. Ainda mais se era nossa e a perdemos.
Com os meus respeitos ao deputado Jordy.
3 comentários:
Teve um doido, lá na Argentina, que pregou ao povo daquele país que as ilhas Malvinas eram deles.
Então decidiram, num ato imbecíl, a fim de sustentar e justificar um governo militar, invadir o território inglês.
Se ferraram.... e o regime caiu.
Tomara que não apareça alguém com idéia parecida...
Estou de acordo com o que escreveu a leitora Karina Jucá.
Mais tarde os demais leitores poderiam fazer uma lista das 100 coisas mais urgentes que Belém e o Pará precisa. Tenho certeza que figurar solitariamente na Bandeira nacional não será uma delas.
Cláudio Teixeira
P.S: Um programa de saneamento e abastecimento de água de verdade.
Bom dia, caro Poster,
uma farse no comentário da Karina Jucá - de ser corriqueiro no parlamento "esquentar" "... o traseiro nas cadeiras públicas",pode induzir a uma generalização que o deputado Arnaldo Jordy não merece.
As prioridades do mandato do deputado são públicas, importantes e a relatoria da CPI da Pedofilia é apenas a mais recente delas. O mandato move-se na maioria das vezes defendendo a acatando temas que são discutidos em audi~encias públicas. Assim, não é um mandato voltado para a preguiça o modismo ou a inércia de coçar-se vez em quando.
Quanto ao descado com que se trata a mudança da posição da nossa estrela, concordo com a comentarista que isso reflete, principalmente, a nossa desimportãncia nacional, "destaque" que devemos as nossas "lifderanças" políticas. Mas daí a concordarmos que é rezoável substituir-nos pelo Distrito Federal, beira a ofensa..rsrsrs..
Brincadeira - apenas esta última - à parte, a estrela do Pará onde está, representa para mim, paulistana de nascimento, a lógica do último estado brasileiro a aderir à independência. E, como paraense por escolha, gostaria que essa lógica fosse mantida, especialmente para que nos lembremos que somos capazes de mais. E melhor.
Abraço para a comentarista.
Abração, Paulo.
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