No AMAZÔNIA:
Milhares de pessoas acompanharam na manhã de ontem a procissão de Corpus Christi em Capanema, no nordeste do Pará. A 33ª edição da caminhada aconteceu, pela primeira vez, sob forte chuva. Embora molhado, o tradicional tapete de serragem, ornamentado por grupos pertencentes à paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, não perdeu a beleza, e tampouco a significância.
Desde o início da noite, e durante toda a madrugada, jovens e adultos, organizados em grupos franciscanos, ornamentavam cuidadosamente cada um dos 1.300 metros de extensão do tapete, alinhado nas ruas por onde o cortejo passaria no dia seguinte. A cidade ficou tomada pelo espírito católico, não somente pelos cânticos que saíam das casas, como também pela grande movimentação de pessoas que trabalhavam voluntariamente na praça central do município e arredores - criando suas próprias obras de arte.
A aposentada Maria Damasceno, de 62 anos, acompanha há 33 anos a movimentação do dia que antecede o feriado de Corpus Christi. 'É uma sensação sem igual. Embora eu nunca tenha realizado a atividade de ornamentar o tapete, sempre acompanho o trabalho dos jovens, e aguardo a hora de passar sobre ele', destaca. Já a dona de casa, Socorro Nascimento, de 46 anos, não somente acompanha como também faz parte do trabalho voluntário. 'São 33 anos de tradição, e estive presente em todas as edições. Há dois anos, com a chegada do frei Gilson Baldez, o tapete ganhou uma temática - o que antes não havia, ou seja, os desenhos eram livres', revela.
Sob a temática 'Eucaristia: origem e sustento da missão', os desenhos foram sendo criados por cada um dos grupos, compostos por artistas da terra e principalmente por anônimos que se identificam com a arte. Os materiais utilizados são, em sua grande maioria fornecido pela Prefeitura Municipal de Capanema, embora a iniciativa privada também tenha ajudado. Com serragem, cal, xadrez em pó e líquido, os painéis foram sendo montados simultaneamente- um enorme colorido em meio a pouca iluminação.
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