No AMAZÔNIA:
Vinte e seis presos da carceragem da Seccional de Marituba estão em greve de fome desde a noite de anteontem. A causa do protesto é a suspensão das visitas, punição que estaria ocorrendo desde a semana passada para tentar coibir a entrada de serras na carceragem.
Policiais plantonistas da unidade policial informaram que o diretor, delegado Dauriedson Bentes, decidiu suspender as visitas por causa das frequentes fugas ocasionadas por serramento das grades, que vêm ocorrendo nos últimos meses. A polícia acredita que as serras utilizadas para danificar as grades são levadas pelos visitantes dos presos, em geral parentes ou esposas.
De acordo com os mesmos policiais, a Divisão de Polícia Metropolitana (DPM) já foi comunicada sobre a situação. Os presos, por seu turno, diziam, ontem de manhã, que não vão comer até que as visitas sejam normalizadas.
Até a noite de ontem os presos ainda não tinham aceitado nenhuma refeição. Segundo investigadores, todas as marmitas do jantar também foram recusadas.
De acordo com informações policiais, de fato os presos não recebem visitas, pois o espaço da carceragem não tem capacidade nem estrutura para isso. Familiares, principalmente esposas, levavam objetos como peças de roupa, material de higiene pessoal, e, na maioria das vezes, os próprios policiais faziam a entrega dessas roupas e objetos aos detentos. Os presos, entretanto, reivindicam o direito a visitas regulares.
Em algumas situações, serras tiveram acesso à única carceragem do local através da lateral do prédio onde funciona a Seccional Urbana de Marituba. Ao lado do prédio tem um estacionamento. Cerca vez uma vez a companheira de um preso entrou no estacionamento durante uma forte chuva e foi até a área dos fundos, onde o muro dá acesso à cela. De lá, ela teria passado a serra para os presos, que a usaram em uma tentativa de fuga.
O diretor Dauriedson Bentes teria informado aos detentos que hoje deverá se posicionar com relação à reivindicação. Na noite de ontem, ele não foi localizado pela equipe de reportagem.
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