No AMAZÔNIA:
A etapa estadual da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), uma iniciativa do Ministério da Justiça em parceria com o governo do Estado, foi aberta ontem à noite no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, com um alerta feito pelo padre Bruno Secchi, idealizador do Movimento República de Emaús: 'Eu ouvi de um menino de oito anos de idade, no bairro da Terra Firme (onde o religioso desenvolve um trabalho social), que ao crescer quer ser bandido!'. O recado de padre Bruno, traduzindo a necessidade de enfrentamento da violência nas comunidades de bairro em Belém e em municípios do interior do Estado, ecoou entre as autoridades, líderes políticos e comunitários reunidos na abertura da programação de três dias de explanações e debates acerca da problemática da segurança pública, e que servirá, ainda, para a eleição de 53 delegados representativos das comunidades paraenses à Conferência Nacional, em Brasíla (DF), no mês de agosto.
A partir do tema da Campanha da Fraternidade 2009, 'A paz é fruto da justiça', referente à necessidade de vida digna para todos os cidadãos, padre Bruno Secchi ressaltou ser preciso que as ações em segurança pública sejam integradas, ou seja, a prevenção do crime abrange o atendimento de necessidades básicas das comunidades quanto à educação, saúde, habitação, saneamento e geração de empregos, renda e, 'em especial a educação infantil'. Padre Bruno observou que existem bairros sem praças em Belém, bem como reduzidas alternativas de lazer, cultura e esporte para jovens de baixa renda, o que implica decisivamente no aumento da criminalidade. 'A comunidade precisa acreditar na polícia, ou seja, a polícia tem que se fazer acreditada', completou.
O representante do Ministério da Justiça, Vinícius Wu, informou que antes do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronaci), em 2006, o governo federal repassou R$ 9,9 milhões para o governo do Estado, e em 2008, o montante subiu para R$ 115 milhões, para ações em segurança pública e cidadania. Ao se pronunciar na cerimônia, a governadora Ana Júlia Carepa assinalou o momento inédito de realização da Conseg no País, em que a sociedade civil participa do processo de formatação de uma política nacional de segurança pública. A governadora fez um relato das ações empreendidas pelo governo do Estado na prevenção e repressão à criminalidade, e observou a dificuldade de a administração estadual levar segurança pública para municípios do interior do Estado, diante do 'custo Amazônia' para viabilizar projetos dessa natureza. Em 2,5 anos de gestão, o governo do Estado investiu cerca de R$ 200 milhões em viaturas, equipamentos e formação de pessoal para atuar na área de segurança pública, segundo o governo.
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