DEDÉ MESQUITA, enviada especial a São Paulo
A rinite alérgica é uma doença que fica em segundo plano para muitas pessoas, mesmo para aquelas que sofrem com o problema. É uma enfermidade sem cura, mas com controle, e que por não ser grave, é subestimada pelos pacientes, e ainda assim provoca faltas no trabalho para adultos, e na escola, para crianças e adolescentes, provocando a queda na qualidade de vida de quem sofre com a doença. Estima-se que cerca de 43% da população brasileira sofrem de rinite alérgica, uma inflamação da mucosa nasal. Mas esse número é estimado, já que a quantidade de pacientes diagnosticados em consultório médicos e que já tenham passado por algum tipo de tratamento no Brasil é de apenas 8,8%. Desse número, 39% dão conta de que já perderam dia de trabalho ou de aula devido a crises da doença. No mundo inteiro, a prevalência da rinite varia de 9% a 42%, dependendo da região.
A rinite alérgica é considerada a doença respiratória mais comum. O problema é desencadeado por uma reação de defesa exagerada do organismo contra agentes agressores externos que possam atingir os pulmões. Por causa disso, o nariz acaba produzindo muito mais muco e provocando espirros, coriza e obstrução nasal, tudo isso para impedir a entrada de substâncias entendidas pelo corpo como ameaça. Por isso, é comum aos pacientes de rinites a constante coceira no nariz e espirros em salva (aqueles seguidos e quase sem pausa).
Ao contrário do que muitos imaginam, as pessoas com rinite alérgica não nascem com a doença. Ela pode ser desenvolvida a qualquer momento da vida, em relação a substâncias ou alimentos que fazem parte da rotina há muito tempo, porque a pessoa pode ter herdado dos pais a possibilidade de tornar-se sensível a determinado alimento, pó, ácaros, fungos, entre outros agentes. Os especialistas afirmam que pais alérgicos têm 50% de chances de terem filhos também alérgicos.
A rinite está associada a outros males. Cerca de 40% dos pacientes com rinite alérgica também apresentam asma. Outras condições como sinusite, otite e algumas infecções, como gripes e resfriados, podem tornar-se recorrentes. Sabe-se que 80% dos indivíduos asmáticos têm rinite.
Embora 43% dos brasileiros tenham afirmado conviver com os sintomas da rinite alérgica quase diariamente, cerca de 9% recebeu o diagnóstico da doença de um especialista. Esse dado foi revelado por uma pesquisa referência sobre alergia na América Latina, que ouviu 1.088 adultos e 4.618 crianças em oito países da região. O estudo Allergies in Latin America (Aila) revelou também que o índice brasileiro sobe para 55%, considerando-se o total de brasileiros que dizem apresentar sintomas intermitentes do problema periodicamente.
A pesquisa ouviu portadores de alergia nasal que receberam tratamento nos 12 meses anteriores ao estudo, em oito países da América Latina, incluindo Brasil.
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