segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mulheres avaliam a violência

No AMAZÔNIA:

Os jovens são os principais agentes da violência no Estado. A informação foi divulgada ontem no encontro 'Mulheres - Diálogos Sobre Segurança Pública', no Hilton Belém, que teve como objetivo integrar a visão das mulheres brasileiras à 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), que será realizada em agosto. Sem educação de qualidade, saúde e perspectiva de vida, os adolescentes paraenses provocam, agora, medo na população.
O grupo de mulheres já visitou cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, mas, somente no Pará, o jovem foi visto como uma ameaça. Nos diálogos, elas constataram que, para piorar a situação, em vez de o Governo promover políticas eficazes de educação, ele cruza os braços para uma realidade que está cada vez mais ganhando espaço entre as famílias paraenses.
Além disso, uma das participantes do encontro, a soldado da Polícia Militar, Renata Araújo, destacou que quando se fala em investimentos em segurança pública no Estado, é só sobre aparato bélico. 'O que precisamos é da valorização do profissional, que é visto pela sociedade como algo ruim. Não há qualificação. É necessário ter planejamento', disse. Renata Araújo afirmou ainda que apostar em projetos como a Polícia Comunitária, em que há a aproximação da sociedade com o poder público, pode ser a solução para que o Pará deixe de figurar entre os Estados mais violentos do país.
Uma das coordenadoras do evento, Nádia Rebouças, da empresa de comunicação Rebouças & Associados, informou que o encontro, que durou dois dias, é um trabalho eficaz que permite com que as mulheres tenham um olhar sobre a violência na cidade. Foram 30 participantes, entre elas: donas de casa, ex-presidiárias, bombeiras, lésbicas, transexuais, entre outras. Cada uma teve a oportunidade de compartilhar um pouco de sua experiência de vida e falar sobre a violência.
Nádia Rebouças também deu sua opinião sobre a situação do Pará e citou a perda das praças e da vida tranquila da capital paraense como reflexo da instabilidade em que a cidade se encontra hoje. Ao final do encontro, as mulheres escreveram suas propostas de solução para a violência no Estado, que serão lidas na Conferência Nacional de Segurança Pública, no segundo semestre deste ano.

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