quarta-feira, 17 de junho de 2009

Diretor de banco é detido

No AMAZÔNIA:

Policiais federais prenderam ontem, em Belém, o diretor de Infraestrutura de Negócios do Banco da Amazônia, Augusto Afonso Monteiro de Barros. A ordem de prisão contra ele foi expedida pela Justiça de Rondônia. Os agentes o detiveram durante a operação 'Abate'. Resultado de um ano de investigações realizadas pela PF e pelo Ministério Público Federal, as apurações apontaram a prática de diversos crimes cometidos para favorecer empresas frigoríficas, de latícinios e curtumes fiscalizados pela Superintendência Federal da Agricultura (SFA), em Rondônia. Em troca, ainda conforme essas investigações, os servidores públicos acusados recebiam vantagens indevidas das empresas favorecidas.
O mandado de prisão que resultou na captura de Augusto Afonso foi o único expedido para o Pará. A casa dele também foi alvo de um mandado de busca e apreensão. O diretor do banco foi preso por volta das 6h30 em casa, que fica em um condomínio fechado na rua São Miguel, no bairro do Jurunas. No imóvel, os policiais apreenderam um computador e documentos, que os agentes acreditam ser úteis às investigações.
Informações que circularam no prédio da Polícia Federal dão conta de que, ao decretar a prisão de Augusto Afonso, o juízo encarregado do processo deixou claro que ele não deveria ser algemado. E que os policiais que fizessem sua condução não deveriam usar armas longas, supostamente para não criar nenhum constrangimento ao acusado. O diretor do banco também não deveria ser fotografado, ainda conforme os comentários. Não foi divulgado o nome da autoridade da Justiça que decretou a prisão de Augusto Afonso.
O depoimento dele começou por volta das 12h30 e continuou durante toda a tarde. Também não foi divulgado o teor do depoimento. Em torno das 18 horas, o diretor do Banco da Amazônia desceu do segundo andar do prédio da Superintendência Regional da Polícia Federal, no qual prestava depoimento, e, sem algema, foi levado para o xadrez. Augusto Afonso está com a prisão temporária decretada pela Justiça. Deverá ficar detido por cinco dias, mas, caso seja necessário, pode ter a prisão prorrogada.
Superintendente da PF no Pará, o delegado Manoel Fernando Abbadi informou à imprensa, ontem à tarde, que toda a investigação foi realizada pela Polícia Federal de Rondônia e que coube aos agentes paraenses o cumprimento do mandado de prisão. Por essa razão, ele informou não ter detalhes sobre as apurações, acrescentando que o processo tramita em segredo de Justiça.
Manoel Abbadi afirmou que, em virtude do cargo que ocupa, Augusto Afonso é 'peça fundamental' para a liberação de financiamentos. Pela manhã, circulou a informação de que o diretor poderia ser transferido para Rondônia. Mas o superintendente da PF disse que ele continuará preso em Belém, à disposição da Justiça.
A operação 'Abate' foi deflagrada pela PF em oito Estados (Rondônia, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Rio Grande do Norte) e no Distrito Federal.
No total, a Justiça expediu 15 mandados de prisão preventiva e sete de prisão temporária. A Justiça de Rondônia também expediu 43 mandados de busca e apreensão, cumpridos, ontem, na sede da Superintendência Federal da Agricultura em Rondônia, na residência dos investigados e na sede de empresas apontadas pelas investigações como envolvidas no esquema.
Além de frigoríficos, das empresas de laticínios e dos curtumes, a PF informa que foi identificado um 'importante grupo econômico', com sede em Mato Grosso, responsável pelo pagamento de propinas a servidores públicos da SFA em Rondônia, do Banco da Amazônia, do Ministério da Integração Nacional, da Agência Nacional da Energia Elétrica e da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso. O nome desse grupo não foi informado pela PF. A Polícia Federal divulgou, ainda, que 250 policiais, em 65 viaturas, participaram das ações da 'Abate'.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como o Banco da Amazonia é dirigido por Companheiros eles ainda gastam dinheiro para postar nota oficial nos jornais de hoje dando apoio a este Diretor, inclusive quase dizendo que o mesmos são todos santos.