Após duas horas de reunião, parlamentares da bancada paraense no Congresso Nacional saíram da sede do Ministério Público Federal no Pará com informações para repassar ao setor da pecuária. O procurador-chefe da República no Pará, José Augusto Torres Potiguar, avisou: é importante que o empresariado do pare, medite e busque de forma adulta soluções para esse momento, que é uma oportunidade para mudanças concretas há muito ansiadas pela sociedade.
Os procuradores garantiram aos parlamentares que estão dispostos a assinar acordos individuais com os frigoríficos afetados pelas recomendações do MPF, ressaltaram a necessidade de mudanças efetivas nas práticas de todos os envolvidos na cadeia da pecuária e garantiram que as ações no Pará serão estendidas a todos os s da federação.
Além de Potiguar, estiveram na reunião os procuradores Daniel César Azeredo Avelino, Felício Pontes Jr. e Ubiratan Cazetta e a subprocuradora-geral da República Débora Duprat, ouvindo as propostas do senador Fernando Flexa Ribeiro (PSDB) e dos deputados federais Bel Mesquita (PMDB), Zenaldo Coutinho (PSDB), Wandenkolk Gonçalves (PSDB), Zé Geraldo (PT) e Asdrúbal Bentes (PMDB).
O que foi trazido à mídia nos deixou angustiados, disse o deputado Zenaldo. O pensamento suprapartidário aqui é de que nosso passa por um momento difícil, por ter uma importante base econômica comprometida, acrescentou o senador Flexa. Nos discursos de todos, a constatação unânime das perdas causadas pelo boicote de sobre a carne oriunda de 13 frigoríficos que atuam no Pará. Mas também propostas para, nas palavras do deputado Asdrúbal Bentes, compatibilizar os interesses ambientais com os da produção.
O deputado Wandenkolk Gonçalves, após lembrar o próprio passado como agente de crédito na região da Transamazônica e da exigência dos organismos fomentadores de desmatamento de 50% das propriedades, apontou o caminho: pode-se partir da ação concreta do MPF para transformar o Pará em exemplo para o mundo. Não é um bicho de sete cabeças, a Finlândia fez isso, a Europa fez isso, porque não podemos fazer, acrescentou.
Respostas dos procuradores
Não somos inimigos do Estado, nem hipócritas, estamos cumprindo nossa obrigação constitucional e atuando como a sociedade exige, afirmou, ao responder às propostas dos parlamentares, José Augusto Potiguar.
Estamos abertos ao diálogo dentro de três premissas, acrescentou, para listar: estamos conscientes de cumprirmos nosso dever, acreditamos que diálogo se faz com reciprocidade, não unilateralidade e estamos dispostos a assinar acordos individuais com os produtores, respeitadas as exigências legais com prazos exequíveis.
O procurador Ubiratan Cazetta relatou que, até agora, a proposta para Termo de Ajuste de Conduta feita pelo MPF não recebeu contraproposta, nem dos frigoríficos, nem do governo estadual. Se nós tivermos a capacidade de construir esse acordo, o Pará pode ser o primeiro da Amazônia a exportar bois para a Europa. Mas gordura precisa ser queimada para trazer a pecuária paraense para esse cenário, explicou.
Os produtores paraenses precisam parar de achar que a área de reserva legal de uma fazenda é improdutiva. Pelo contrário, as fazendas podem ser mais produtivas, e com mais diversidade de produção, com a floresta em pé, disse Felício Pontes Jr, falando da diversidade de produtos florestais com alto valor de mercado que podem ser cultivados em áreas de floresta recomposta.
Fonte: Assessoria de Imprensa do MPF
Um comentário:
Enquanto eles discutem, hoje no açougue de um Supermercado na Duque já havia pouca carne disponível,só carnes nobres ou carne moida.
Postar um comentário