sábado, 7 de fevereiro de 2009

Na CPI, o grande e decisivo lance do deputado Luiz Sefer

O DEM, por meio de suas direções regional e nacional, está quieto, em silêncio, mas antenadíssimo ao caso que envolve o deputado Luiz Afonso Sefer, que responde a um inquérito policial na condição de suspeito de ter cometido abusos sexuais contra a menor S.B.G., atualmente fora do Estado, sob o abrigo de um programa de proteção.
O lance decisivo para definir a situação de Sefer no partido será a CPI da Pedofilia, em funcionamento na Assembléia Legislativa do Estado. Um eventual indiciamento do deputado e, em consequência, a abertura, pela própria AL, de um procedimento disciplinar de perda do mandato por quebra de decoro serão suficientes, mais do que suficientes, para a Comissão de Ética do DEM nacional agir.
E agirá rapidamente. O processo, na instância partidária, é sumário beirando o sumaríssimo.
O que pode acontecer?
Pode acontecer que Sefer seja indiciado pela CPI, mas que o processo de cassação do seu mandato não seja aberto pela própria Assembléia, que tem a possibilidade de amparar-se no corporativismo para não decretar a perda do mandato de um de seus membros.
Neste caso, segundo fontes asseguram ao blog, a Assembléia Legislativa, como instituição, sofreria um enorme, um imenso, um desgaste como poucas vezes se viu. Mas isso não impediria o DEM de agir. E, se agisse nessas condições, seria com base no relatório da Comissão que eventualmente indiciasse o deputado.
O deputado Luiz Sefer sabe, neste momento, que a CPI é absolutamente decisiva para suas pretensões de conservar seu mandato. Sabe ainda que até mesmo um eventual indiciamento no inquérito policial em curso e o posterior oferecimento da denúncia – que representa a abertura da ação penal – ainda lhe permitiriam ganhar algum tempo, porque a morosidade da Justiça é notória e, não raro, favorece aos réus, sejam quais forem.
A CPI, nesse sentido, será o primeiro fato concreto – e determinante – para que se defina a situação partidária de Sefer. A Comissão deverá encerrar seus trabalhos em no máximo 90 dias – já considerada a prorrogação -, provavelmente antes, portanto, de o caso envolvendo o deputado chegar ao âmbito judicial.
Nesse sentido é que a decisão tomada pelo próprio deputado, de licenciar-se de suas funções partidárias no final do ano passado, foi um caminho que serviu às duas partes: ao DEM, que assim não pareceu omisso em relação ao clamor inicial que as denúncias contra o parlamentar despertaram, e ao próprio Sefer, que deu uma demonstração de bom senso para, conforme ele próprio justificou, dedicar mais tempo à sua defesa.
A situação partidária do deputado Sefer o coloca, por tudo isso, inteiramente nas mãos – como também na cabeça e nos pés – da CPI da Pedofilia.
A CPI será, talvez, a única e grande partida decisiva de Sefer para conservar seu mandato.

6 comentários:

Anônimo disse...

Por que que não está preso? por que?

Anônimo disse...

Mano, quem molestou menores, agora terá prejuizos maiores.

A cada vez que mexem neste caso aparece mais outros... dizem que tem até prefeito da região metropolitana...

Poster disse...

É verdade, Laurent.
Os prejuízos polítcos são enormes.
Talves irreversíveis.
Abs.

Anônimo disse...

Todos os dias, desde de que iniciou o período legislativo, Sefer vai ao Plenário, coisa que nunca fez normalmente, antes da acusação de pedofilia. Estranho?

Poster disse...

Pois é, Anônimo.
Isso confirma que o deputado está atento, está de olho em todos os lances que se passam na Assembléia.
Porque é lá que serão jogados os lances decisivos para o seu mandato.
Abs.

Anônimo disse...

se depender dos deputados, alguém duvida de que o corporativismo fala e falará mais alto?