No AMAZÔNIA:
Com o anúncio da transferência feita no início da manhã de ontem pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), representantes do clero paraense já começaram a pensar nos possíveis nomes para assumir o cargo, que há 50 anos não ficava sem representante. Entre os mais cotados estão: o atual bispo de Castanhal, dom Carlos Verzeletti, que por 10 anos foi bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém; o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa; o atual bispo de Petrópolis (RJ), dom Fellippo Santoro, que também compôs a lista dos cinco mais cotados para assumir o bispado no Rio, por já ter sido bispo auxiliar da cidade; e o padre Ronaldo Menezes, pároco da Santíssima Trindade e atual chanceler da Cúria Metropolitana.
A escolha do próximo arcebispo da Arquidiocese de Belém, porém, independe do Brasil. A decisão final é tomada no Vaticano, pelo próprio papa Bento XVI. Dom Flávio Giovenale, atual bispo de Abaetetuba, e ex-presidente da Regional Norte 2 da CNBB, explica, que antes, é feita uma espécie de pesquisa entre os bispos da região. 'Cada um aponta três nomes. Não basta, porém, indicar, é preciso justificar a escolha, que deve levar em consideração diversos fatores, inclusive, a adaptação do indicado ao clima da nossa região', informa. A partir daí, o embaixador do Vaticano no Brasil prepara um dossiê com as principais informações sobre os três nomes mais citados, e o envia para que o papa analise e faça sua escolha. O processo de seleção do novo arcebispo, englobando essas três fases, não tem um tempo determinado, segundo dom Flávio.
Para o presidente da Regional Norte 2 da CNBB e bispo de Cametá, dom Jesus Maria Cizaurre, ainda é muito cedo para indicar os mais cotatos para assumir a Arquidiocese de Belém, por isso, decidiu não apontar nenhum nome. Apesar de não citar possíveis candidatos, dom Jesus traçou o perfil do futuro arcebispo da capital paranese. 'Acredito que deve ser um brasileiro nato. Uma pessoa como dom Orani. É disso que precisamos no momento', finalizou.
PERFIL DOS PROVÁVEIS CANDIDATOS À SUCESSÃO
* Dom Dimas Lara Barbosa, 52 anos, é bispo auxiliar de São Sebastião do Rio de Janeiro e secretário geral da CNBB desde 2003. Seu lema é 'Servir com alegria'. Natural do município mineiro de Boa Esperança, antes do episcopado, Dimas exerceu diversos cargos da Diocese de São José dos Campos, no interior de São Paulo.
* Dom Carlos Verzeletti, 58 anos, é o atual Bispo de Castanhal. De 1996 a 2004, ano da transferência de dom Orani para Belém, dom Carlos foi bispo auxiliar de Belém. Nascido em Trenzano, na Itália, o bispo tem como lema a frase: 'Que conheçam a Ti, ó Senhor!'. Atualmente, além de exercer a função de bispo de Castanhal, é responsável pelo meios de comunicação e pela Pastoral Catequética da Regional Norte 2 da CNBB. Ele também é diretor geral da Fundação Nazaré de Comunicação e do Centro de Cultura e Formação da Arquidiocese de Belém.
* Dom Fellippo Santoro, 60 anos, é bispo de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Nascido em Bari, na Itália, ele estava entre os cinco mais cotados para assumir o bispado no Rio de Janeiro, por já ter sido, de 1996 a 2004, bispo auxiliar da cidade. Doutor em Teologia Dogmática e Filosofia, Santoro foi convidado por dom Eugênio Sales, em 1984, para implementar o movimento Comunhão e Libertação, de orientação conservadora, na Arquidiocese do Rio de Janeiro. Ele foi membro da delegação da Santa Sé na ECO-92 e um dos negociadores para a aprovação da lei que torna o ensino religioso obrigatório no ensino público do Rio.
* Padre Ronaldo de Souza Menezes, 45 anos, é pároco da Santíssima Trindade, há 10 anos. Nascido no município de Colares, na região do Salgado, no nordeste paraense, o padre mudou-se para Belém com sete anos. Em 1998, foi nomeado chanceler da Cúria Metropolitana, espécie de secretariado geral da Arquidiocese de Belém. No ano de sua ordenação, 1989, o padre Ronaldo finalizou a graduação em Filosofia e Teologia pelo Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição.
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