quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Delegacia segue sem reforço

No AMAZÔNIA:

Um dia após o resgate de sete dos nove presos na Delegacia do Aurá, em Ananindeua, a segurança na unidade policial não recebeu qualquer reforço. Ontem à tarde, apenas dois policiais civis estavam de plantão. Além de vigiarem cinco presos que permanecem no cárcere, eles atendiam às ocorrências. O investigador Jânio, que estava de plantão ontem de manhã, disse que as buscas aos fugitivos prosseguem. Dos nove presos que estavam na cela, dois preferiram não fugir. Ao fim da noite de segunda, dois fugitivos foram recuperados em Ananindeua. Outro preso foi levado para o prédio, transferido de uma seccional da Polícia Civil.
Até ontem de manhã, nenhum outro preso havia sido recapturado. Segundo o delegado Marcílio Diniz, da Seccional de Ananindeua, à qual está subordinada a Delegacia do Aurá, as buscas prosseguiam nas imediações de Águas Lindas, Águas Brancas e no lixão do Aurá, onde os fugitivos podem estar escondidos. A polícia está à procura de Hércules de Melo Lopes, Erlon Max da Rocha Ferreira, Nilson Souza do Rosario, Joel Gomes Rocha e Nisael Ferreira de Sousa.
O resgate ocorreu quando dois homens armados renderam o investigador Paulo Vidal, que estava de plantão na Delegacia do Aurá, por volta das 15 horas de anteontem. O investigador estava sozinho vigiando os presos quando os bandidos colocaram armas na cabeça dele, exigindo que entregasse a chave do xadrez. A dupla libertou sete dos nove prisioneiros de Justiça recolhidos na carceragem. Os criminosos também roubaram carteira, documentos e celular do investigador e depois fugiram.
Fechada - Ontem à tarde, antes das 16h, a Delegacia do Aurá estava trancada a cadeado e nenhum policial estava no prédio. Uma viatura permanecia estacionada na garagem. Os moradores da área, ao avistarem a equipe de reportagem, gritavam suas queixas, dizendo que o bairro estava 'abandonado'.
Morador da estrada do Aurá há 13 anos, o encarregado de obras Walfredo Bitar disse que a situação de insegurança é mais que normal. 'Funciona (a delegacia) durante a semana e só até 18h. Já briguei, já falei e já fiz muita coisa, mas eu também já desisti. Graças a Deus nunca fui assaltado, nem minha casa, mas meus filhos já e mais de uma vez. Não temos pra onde correr'.
'Aqui não melhora nunca. Se tem policiamento ostensivo, viatura, roda por aqui dois, três dias e depois some. A gente vai à delegacia dar qualquer queixa e ouvimos que a culpa é do governo do Estado. E é mesmo, que não quer efetivar mais policiais para trabalharem. Bairro nenhum pode ficar sem cobertura policial, nenhum. É por isso que, volta e meia, aparece um ‘esticado’ por aqui', diz o morador.
A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da PC. O assessor disse que a delegacia não estava fechada. O prédio foi trancado porque os dois policiais de plantão haviam saído em diligência atrás dos foragidos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Dizem que a segurança das delegacias vai ser "terceirizada".
Vai rolar uma licitação para contratar segurança...rsrsrs

Anônimo disse...

Lendo o depoimento do Sr. Walfredo Bitar, fiquei realmente muito estarrecida pois observe quando foi feito a mãteria e quero agora informar que ele teve um de seus filhos assassinado sem que até hoje ninguem soubesse quem foi o autor de tão bárbaro crime...Que tragédia e ninguem toma providências.