O Altas Horas, de Serginho Groisman, é um dos pouquíssimos bons programas da televisão brasileira. Pouquíssimos.
Como acentua o slogan do programa, o Altas Horas prova que pode mesmo existir “vida inteligente na madrugada."
Serginho conduz os temas mais delicados – inclusive o relativo ao consumo de drogas - com inteligência, leveza e simplicidade, num ambiente de cumplicidade com os entrevistados no programa. E sempre consegue bons resultados, ótimas entrevistas, ótimas revelações.
Pena que o Altas Horas seja exibido altas horas e apenas uma vez por semana.
Quem não viu o desta madrugada perdeu um depoimento comovente do ex-jogador Casagrande sobre sua luta para vencer a dependência química.
Uma lição de transparência, de persistência, de sinceridade, de força de vontade e humildade em reconhecer suas fraquezas para superar o problema que enfrenta.
Casagrande falou abertamente. Abriu o coração.
Classificou-se ele mesmo de “dependente químico gravíssimo”.
Disse que o pior momento que enfrentou foi uma overdose – marcada por convulsões - que sofreu diante do filho de 12 anos.
Informou que, quando começou a consumir drogas, começou logo pelas mais pesadas – pesadíssimas.
Manifestou-se contrário à descriminalização do consumo de drogas no Brasil, por achar que o País, até mesmo por suas enormes carências sociais, ainda não está preparado para essa liberação absoluta.
Revelou que aos poucos está se reinserindo no convívio social, mas que está morando sozinho, absolutamente só num apartamento, neste período de readaptação depois do tratamento em que passou oito meses internado numa clínica de reabilitação.
E foi brindado com a presença do Skank, que cantou “É uma partida de futebol” enquanto gols de Casagrande eram exibidos num telão.
Um belo programa.
Um belo depoimento.
Um edificante força de vontade para superar a dependência química.
Viva, Casagrande!
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