Na FOLHA DE S.PAULO:
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) mudou novamente a versão sobre o dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Durante depoimento ontem na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, de mais de nove horas de duração, a ministra afirmou que as informações do governo tucano não eram mais sigilosas pois o caráter "reservado" dos dados já tinha caducado. A versão é baseada em parecer recente do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
A mudança no discurso -pela primeira vez admitida oficialmente por integrante do governo- abre caminho para a defesa da Casa Civil no inquérito da Polícia Federal, que apontou problemas na manipulação de dados da gestão tucana pela equipe de Dilma.
A ministra foi convidada a falar na comissão sobre o andamento das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Depois de mais de um mês de silêncio sobre o dossiê, Dilma não se esquivou das perguntas sobre o tema, feitas em meio a explicações sobre obras.
Em fevereiro, diante da iminência da instalação da CPI que iria investigar gastos com cartões corporativos, a Casa Civil reabriu processos de prestações de contas de FHC e lançou dados num arquivo paralelo ao Suprim, o sistema oficial de controle de despesas de suprimentos de fundos do Planalto. Sem se ater ao viés político da organização dos dados, a PF já indicou que a Casa Civil não teria seguido os ritos formais de manuseio de dados reservados.
Desde o início da crise do dossiê, no final de março, Dilma vinha tratando como "sigilosas" as informações sobre gastos de FHC e sua mulher, Ruth Cardoso. Em nota à imprensa, a Casa Civil classificou como "prática criminosa" o vazamento de dados "sigilosos".
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