segunda-feira, 7 de abril de 2008

Quando um “só” faz grande diferença. Só faz.

O deputado João Salame (PPS) concedeu à repórter Esperança Bessa longa entrevista que O LIBERAL publicou em sua edição deste domingo (6). Um dos fundadores do G8, o parlamentar marabaense fala sobre o crescimento do Grupo, que já passou a G9, avançou para o G10 e inchar ainda mais, ao ponto de Salame já dizer claramente que nenhuma negociação para eleger a próxima Mesa da Assembléia Legislativa poderá prescindir da participação desse agrupamento de deputados.
Lá pelas tantas, a repórter pergunta a Salame:
Mas assim vocês beneficiam a sociedade e ganham votos também, não?
Ele responde:
Quem é que pensa em algo sem pensar em voto? Há muita hipocrisia, falso moralismo. Essa hipocrisia tem que acabar. Tem que denunciar é o político que usa recursos públicos para atender a demandas pessoais e familiares. Quem utiliza a miséria para manter a subserviência, a compra de votos e o clientelismo. Agora negociar construção de escola, de posto de saúde, asfalto, isso é atender à demanda da sociedade. O que não dá é para chegar aqui (na Assembléia) e ficar só dando comenda e título de cidadão honorífico. Para estar neste lugar, brigamos com mil outros candidatos. Chegar aqui é uma guerra, e não vou permitir que utilizem esse bloco de maneira inadequada. Quem foi mais combativo do que nós (G10) na questão da segurança pública? Na questão florestal? Os momentos mais interessantes de discussão fomos nós que provocamos. Não dá para dizer que é um bloco conservador, mas tem forçado o governo a tomar decisões mais avançadas. Não dá para dizer que somos só fisiológicos. Estamos valorizando nosso mandato. Não queremos ser satélites do PSDB e do PMDB. Não somos arrogantes, mas queremos influenciar de maneira decisiva as coisas também.

O que chama atenção na resposta é esta parte aqui: “Não dá para dizer que somos só fisiológicos.”
Se agora fosse permitido reformular a pergunta ao deputado, provavelmente ele excluiria da resposta o advérbio “só”. Presente o “só”, só nos resta concluir que os deputados que formam o G10 também são fisiológicos. O que o deputado João Salame jamais diria, evidentemente.
Eis um caso em que um “só”- presente ou ausente – faz muita diferença.
Só faz.

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