quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Desmatamento avança em reserva extrativista no Pará

Em O ESTADO DE S.PAULO:

A floresta amazônica continua sendo devastada. Dentro dos 358 mil hectares da reserva extrativista Renascer, em Prainha, no sudoeste do Pará, tratores e motosserras derrubam espécies nobres de madeira que são depois transportadas em balsas pelo Rio Uruará. Segundo denúncia de movimentos sociais do Estado, à beira do rio, pátios de madeireiras estão cheios de toras.
As madeireiras que agem na região aproveitam-se da ausência da fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para derrubar as árvores, até mesmo a noite. Quem denuncia o que está ocorrendo é ameaçado de morte e expulso da reserva. Esse cenário está relatado em carta encaminhada à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no último dia 23 de janeiro.
O documento é assinado por dez sindicalistas, dirigentes da Associação de Mulheres do Campo e da Cidade de Prainha, agricultores, colônias de pescadores e dois vereadores. “Nós denunciamos as madeireiras à ministra e ao secretário de Meio Ambiente do Pará, Walmir Ortega, mas até agora ninguém tomou providência”, dizem os sindicalistas Wadilson Oliveira Ferreira, Maria do Livramento Batista, Antonio Paz Gomes, Rosemiro Gomes do Nascimento e Delfem Manoel Oliveira Ferreira.
Segundo eles, nem a realização da consulta pública para a criação da Reserva Extrativista Renascer, que ocorreu no dia 13 de dezembro em Prainha, freou o ímpeto das madeireiras. Pelo contrário, só fez aguçá-lo. A devastação aumentou no começo do carnaval. Hoje, as empresas estão com seus pátios abarrotados de madeira na beira do Rio Uruará. Um pedido de socorro ao Ibama de Santarém para fiscalizar a devastação na área deu em nada, de acordo com as entidades. Entre os dias 16 e 17 de janeiro, um helicóptero do órgão foi visto sobrevoando a cidade de Prainha, mas depois desapareceu.


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