quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Só ele supôs. Todo mundo tinha certeza.

Em O ESTADO DE S.PAULO:

Duda 'supôs' que o PT tivesse caixa 2
À Justiça, ele admite também ter pensado que Valério fosse um preposto

Na primeira audiência de Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, no processo em que o Supremo Tribunal Federal (STF) os considera réus (junto com outras 38 pessoas) pela acusação de lavagem de dinheiro e evasão de divisas no caso do mensalão, o publicitário afirmou ontem que foi o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares quem o apresentou ao empresário Marcos Valério e ele impôs a condição de receber o dinheiro no exterior. Duda disse que, na época, “supôs que o dinheiro fosse de caixa 2 do PT, dinheiro não contabilizado” e que Valério “fosse um preposto, um agente financeiro do PT que estava gerindo dinheiro não contabilizado”.
Segundo Duda, abrir a conta no exterior foi a única forma de receber pelos serviços prestados em campanha eleitoral. O publicitário disse que recebeu do PT R$ 22 milhões dos R$ 32,5 milhões a que teria direito.
Duda voltou a negar em depoimento à Justiça Federal da Bahia o envolvimento nos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas no caso do mensalão e anunciou que vai abrir uma empresa de consultoria política. Declarou ser “honesto” ao juiz da 17ª Vara Federal, Cristiano Santana, não ter mágoa do PT e que vai continuar trabalhando em campanhas eleitorais.
Zilmar Fernandes confirmou à Justiça ter sido orientada por Delúbio a procurar Valério para receber o pagamento.
O advogado de Duda, Tales Castelo Branco, afirmou que seu cliente agiu para defender seus interesses. “O PT exigiu que ele abrisse a conta ou então seria o calote”, sustentou. O publicitário disse já ter recolhido à Receita Federal R$ 4,3 milhões de multa por ter omitido os valores referentes a seus rendimentos.


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