sábado, 21 de agosto de 2010

Anatel tira do ar a Rádio Tabajara, que já está censurada

O blog, excepcionalmente, interrompe a pausa.
A Rádio Tabajara FM, do jornalista Carlos Mendes, está fora do ar desde o início da manhã deste sábado. Por volta das 8h30, seis agentes da Polícia Federal e quatro funcionários da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em Belém chegaram à rádio, no bairro da Cremação, e apreenderam o transmissor, a mesa de áudio, três processadores de áudio, uma chave híbrida – que põe no ar os contatos com ouvintes por telefone -, quatro microfones e a antena.
Segundo o jornalista Carlos Mendes e o advogado Ismael Moraes, que falaram com o Espaço Aberto ainda há pouco, não houve qualquer ato de truculência durante a ação. Mas nem os agentes da PF, nem os funcionários da Anatel apresentaram qualquer mandado judicial de busca e apreensão. Nesses casos, os mandados sempre são expedidos pela Justiça Federal, a pedido do Ministério Público Federal.
A uma irmã do jornalista Carlos Mendes, que se encontrava na rádio no momento da apreensão dos equipamentos, os funcionários da Anatel disseram apenas que se tratava de uma “inspeção de rotina”.
Mendes explicou que o processo de legalização da Rádio Tabajara, para funcionar como uma emissora educativa, já está em curso em Brasília. Para tanto, ele criou a Fundação Metrópole, com outorga já concedida pelo Ministério Público do Estado. Os equipamentos apreendidos estão, inclusive, arrolados como parte do patrimônio da Fundação, e não da Rádio Tabajara.
O advogado Ismael Moraes disse que vai representar à Anatel contra a apreensão dos equipamentos. E também ingressará na Justiça Federal com um mandado de segurança, pedindo que a emissora volte a funcionar normalmente. Na ação, o advogado deverá invocar dispositivo constitucional que assegura a liberdade de informação.
A ação da Anatel ocorre um dia depois da Rádio Tabajara ter sido alvo de uma representação da “Frente Acelera Pará”, que apoia a reeleição da governadora Ana Júlia (PT). A alegação é de que as críticas de Mendes, durante o “Jogo Aberto” - um dos programas de maior audiência da emissora, apresentado aos sábados -, à locação de 450 carros pela Polícia Militar do Pará, sem processo licitatório, tinham caráter eleitoral e favoreceriam os adversários da governadora.
O jornalista Carlos Mendes assinou várias reportagens sobre o mesmo assunto no jornal “Diário do Pará”, que pertence ao deputado federal Jader Barbalho, candidato ao Senado pelo PMDB. Mesmo assim, até agora o jornal não foi questionado judicialmente, apenas o jornalista, e assim mesmo na condição de proprietário da Rádio Tabajara.
Mesmo com a apreensão dos equipamentos, Carlos Mendes garantiu ao Espaço Aberto que o programa “Jogo Aberto” de hoje, das 2 às 4 da tarde, irá ao ar, mas apenas pela internet. Não será possível ouvi-lo pelo celular. Para ouvir o programa, basta acessar o site http://www.radiotabajara.com.br, da Rádio Tabajara.

7 comentários:

Anônimo disse...

Ao ler a presente nota, não sei porque, caro PB, me lembrei imediatamente da Gestapo e da Stasi...

Anônimo disse...

informar é uma coisa,agora dedicar um programa direcionadamente e exclusivamente a atacar um determinado candidato,aí tem??

Anônimo disse...

E o PT a editar um novo AI-5.

Anônimo disse...

Curioso... Justamente o Dr. Ismael, advogado que anda acusando a governadora de irregularidades em relação a locação de veículos da PM e o acordo judicial envolvendo o ICMS, usando indevidamente o nome da OAB, é o advogado da Tabajara. O jornalista da Tabajara também trabalha no Diário do Pará, que pertence a família Barbalho e que também está sistematicamente atacando a candidatura da Governadora Ana Julia.

Não é muita coincidência? Parece que temos uma ação orquestrada contra uma candidatura, o que fere frontalmente a legislação eleitoral. A justiça eleitoral precisa tomar uma posição sobre essa questão.

Yorranna Oliveira disse...

Anônimo das 20:22, entendo teu raciocinio, apesar dos exageros, em partes podemos levar isso em consideração. Mas você não pode tapar os olhos pra algo real: houve censura, sim. E você não pode dizer que o aluguel das viaturas da PM, a compra de cinco mil cestas básicas, o conteúdo dos relatórios da AGE e uma série de irregularidas no Governo Popular fazem parte de uma ação orquestrada contra a candidatura da governadora. Tudo saiu no Diário Oficial, será que orquestraram influenciar a governadora e sua equipe para tomar aquelas decisões? Tenha dó, né? Tudo bem, isso só explodiu em ano eleitoral, estampado nas páginas do Diário do Pará, jornal do Jader, PMDB, etc. No entanto, pra nós, cidadãos e eleitores, que pagamos impostos e votamos num governo pra mudar a história de mandatos seguidos do PSDB, o fato é: as denúnicas apresentadas foram reais, existiram e existem. Não importa o jogo político, o que importa é se houve mau uso do nosso dinheiro.

Anônimo disse...

É só verificar quantas ações da ANATEL iguais a esta foram realizadas no dia de sábado.
Simples.

Ismael Moraes disse...

Caso o anônimo que se referiu a mim resolva se identificar, eu responderei a ele. Caso contrário, eu respeitarei sua opção e desprezarei sua existência, que é o que deve fazer a quem faz imputação nominal a alguém, mas se mantém no anonimato, sem coragem de aparecer.