Na sexta-feira à noite, o jornalista Carlos Mendes recebeu um telefonema.
O interlocutor, muito – muitíssimo – bem informado, mencionou lá pelas tantas que Mendes deveria adotar, digamos, algumas cautelas porque não se descartava que a Rádio Tabajara FM estivesse sob o risco de, num caso extremo, ser tirada do ar.
Esse alerta nem chegou a ser tomado pelo jornalista como uma ameaça.
Muito pelo contrário.
Mendes chegou a pensar que a advertência não passasse, a rigor, de uma simples brincadeira.
A conversa, repita-se, foi na sexta-feira à noite.
E logo se constataria que a advertência não foi brincadeira.
Era uma advertência que tinha amparo em alguma base real, concreta.
Pois é.
Por volta das 8h30 de sábado, algumas horas depois da conversa que incluiu da advertência que soava como brincadeira, agentes da Polícia Federal, acompanhados de funcionários da Anatel, bateram às portas da Rádio Tabajara, entraram e a retiraram a emissora do ar, apreendendo a antena e todos os equipamentos.
Esse episódio reforça a impressão – que tende a ser transformar numa absoluta convicção – de que a alegada “inspeção de rotina” feita pela Anatel bem que poderia ser um pouco retardada.
Nem que fosse para disfarçar.
Nem que fosse para reduzir a coincidência de ter ocorrido apenas duas semanas após as críticas que Carlos Mendes e Franciscou Sidou fizeram no programa “Jogo Aberto” à aquisição de 450 carros pela PM, sem processo licitatório, e apenas 48 horas depois da representação da “Frente Acelera Pará” para que a emissora fosse multada por ter supostamente infringido dispositivo da legislação eleitoral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário