sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O que faz o Conselho Deliberativo do Remo?

Olhem só.
Com todo o respeito e fora de qualquer brincadeira.
Mas o que é mesmo que faz o honorável Conselho Deliberativo do Clube do Remo, hein?
Pensávamos todos que o Conselho Deliberativo do Remo deliberava colegiadamente, eis que é um conselho.
E imaginávamos todos que as deliberações colegiadas do Conselho Deliberativo do Remo fossem conscientes, bem orientadas, que expressassem, enfim, convicções e posicionamentos firmes, quaisquer que fossem, dos honoráveis conselheiros.
Pois o doutor Benedito Wilson Sá, promotor de justiça e integrante do Conselho Deliberativo remista, nos oferece, digamos, uma pista sobre o que faz essa instância máxima, que por ser máxima deve, acredita-se, atuar com a máxima sabedoria.
Pois o promotor conselheiro disse o seguinte, em declarações a O LIBERAL, referindo-se ao ex-presidente Raimundo Ribeiro, aquele que só planeja quando tem dinheiro em caixa, e ao atual presidente do clube, Amaro Klautau, o das marretadas:

“[Eles] conseguiram lograr a todos, ludibriar a boa fé de todos no Conselho Deliberativo.”

Hehehe.
Aí não, promotor.
Com todo o respeito, mas aí não.
O Conselho Deliberativo conta com advogados, promotores, médicos, empresários, desembargadores aposentados, jornalistas, enfim, uma grande quantidade de profissionais que, pela experiência, não poderiam jamais, em tempo algum, ser “logrados”, para usar termo empregado pelo próprio promotor.
Em vez de “logrado”, não terá mesmo havido omissão do Conselho Deliberativo do Remo?
Não terá havido uma certa falta de empenho, de interesse em monitorar essa transação comercial para alienar um patrimônio do Remo como é o estádio Baenão?
Não terá o Conselho Deliberativo se mantido apático, abúlico, distanciado de seus deveres estatutários para com o clube?
Enfim, não terá o Conselho Deliberativo agido, atuado, participado menos do que deveria nessa história toda?
Esses questionamentos, sim, merecem de fato ser feitos.
Mas imaginar que dois integrantes do Conselho Deliberativo “lograram” todos os demais, aí não.
Com todo o respeito, é menosprezar a inteligência de todos os demais integrantes do Conselho Deliberativo.
A não ser que Ribeiro e Amaro Klautau tenham aprendido técnicas de prestidigitação ou de hipnose capazes de uma iludir uma galera inteirinha, inclusive a galera que compõe o Conselho Deliberativo do Remo.
Por isso, o questionamento inicial precisa ser repetido.
O que é mesmo que faz, o que é mesmo que tem feito o honorável Conselho Deliberativo do Clube do Remo?
Hein?

2 comentários:

Anônimo disse...

Resposta: Nada.
O comportamento dos membros(ui!) do Conselho Deliberativo, de longa data, é nada fazer, ser omissos.
Nada deliberam, nada decidem, nada impedem, nada determinam.
No máximo, brigam para indicar e/ou eleger novos "beneméritos" e mega, ops, "grande beneméritos".
E, olhando bem, tem uma meia dúzia de dois ou três ex-presidentes que mereceriam sem expulsos do quadro de associados por suas gestões-tragédias.
Mas lá estão, sem nunca ter sidos incomodados com algum tipo de questionamento ou cobrança pelo estrago que fizeram e deixaram.
Tudo sob o olhar complacente e omisso dos "deliberadores".
Menos, promotor, menos.

Anônimo disse...

Há mais de 20 anos, tive uma incursão nos corredores da gestão no Clube do Remo, estimulado por amigos que se propunham a mudar os rumos do modelo de gestão do Clube, inspirados nos exemplos de gestão profissional que já era praticada em clubes no sul e sudeste do País, a exemplo do Fluminense, no Rio de Janeiro, do Cruzeiro, em Minas e do São Paulo, na Paulicéia. Lembro que um ex-Conselheiro do "Pó de Arroz" carioca cumpria missão como profissional da medicina na nossa Belém, e se alinhava ao grupo de colaboradores que no mandato de Presidente então exercido pelo Délio Guilhon, sonhávamos todos, transformar o glorioso Clube do Remo em modelar clube-empresa. Tudo, porém, acabou em menos de seis meses, tão logo constatamos a impossibilidade de implantar as primeiras alterações previstas em um plano de reforma estrutural do Clube. Afinal, contrariar interesses dos “donatários” dos compartimentos internos da organização, exigia, lamentavelmente, a predisposição para enfrentar riscos inimagináveis a todos quantos ousassem desbancá-los dos seus feudos.

De lá para cá, nada mudou. Nem no Remo nem em qualquer outra associação do gênero que não tenha se moldado à imperiosa necessidade de fazer da gestão profissional, a única forma de sobreviver às exigências dos tempos modernos. E dentre desse espírito, preciso seria ter a visão clara de que o Conselho Deliberativo de uma organização profissional não pode ser constituído de dezenas, talvez centena de provectos senhores (nem sei quantos são agora) que, por serem cidadãos bem sucedidos nos seus afazeres cotidianos, se julgam acima do bem e do mal.

Não quero ser apocalíptico mas não há meio termo; ou as agremiações associativas do tipo dos clubes que praticam atividades profissionais, (principalmente o futebol) assumem a administração profissional como fonte de sobrevivência ou sucumbirão, inexoravelmente. Uma simples questão de lógica.