Jatene manda retirar ação contra jornalista

No Blog da Repórter, da jornalista Rita Soares:

O candidato ao governo do Pará pela coligação “Juntos com o Povo”, Simão Jatene disse que não sabia previamente da ação contra o blog da Franssinete.
No Twitter, há pouco, garantiu ter sabido do processo no TRE apenas na tarde de ontem.
Classificou o episódio de "lamentável" e, mesmo afirmando achar que assessoria jurídica está certa ao ingressar com ação, disse que vai retirá-la.

“Acabo de chegar de uma reunião com lideranças no Guamá e tomei conhecimento do lamentável episódio envolvendo o blog da Sra. Franssinete”
“Desconhecia a publicação da tal pesquisa, logo, não autorizei qualquer ação que pedisse sua não divulgação”.
Pelo que fui informado pela área jurídica da campanha, a referida ação decorreu de acompanhamento regular feito pela assessoria jurídica que procura identificar ilegalidades que prejudiquem a campanha.”
“Pela minha história e meus princípios, mesmo sendo correta a atitude da assessoria jurídica, solicitarei que a mesma, caso possível, desista da ação”.
Jatene diz que a pesquisa havia sido usada numa reunião com prefeitos (provavelmente para cooptá-los, imagina o blog) e vaticina:
“Mesmo quando Governador, jamais me utilizei da censura para calar quem quer que fosse”.

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Do Espaço Aberto:

É como o Espaço Aberto disse na postagem abaixo: o difícil mesmo é achar o guarda do quarteirão.
Quando se acha, é mais fácil controlar certas coisas.
O candidato Simão Jatene dá uma lição de bom senso, de ponderação, de comedimento, de respeito à diversidade, à liberdade de expressão.
Simão Jatene dá uma lição de que “o Jurídico”, essa entidade meio fantasmagórica que às vezes é invocada para produzir barbaridades, precisa concertar – com “c” mesmo -, combinar, concatenar certas ações com outros russos para que certas ações não precisem ser consertadas depois.
Simão Jatene demonstra, inequivocamente, uma percepção óbvia: certas transgressões legais, como é o caso de divulgar-se uma pesquisa não registrada, podem ser superadas sem que se recorra a violências legais.
Violências legais?
É.
Há violências que são violências, mesmo que previstas em lei, sabiam?
Querem ver?
Em alguns países muçulmanos, a excisão do clitóris é legal, absolutamente legal.
Alguém aí acha que não é violência apenas porque é legal?
No Irã, uma mulher, Sakneh Ashtiani, está na iminência de ser morta por apedrejamento, porque teria cometido adultério.
É legal por lá fazer isso. Vocês acham que não é uma barbaridade só porque é legal?
Atacar o bolso de um jornalista assalariado e exigir-lhe o dispêndio de R$ 106 mil porque publicou uma nota num blog é uma violência inominável, abominável, censurável, repulsiva.
Ressalte-se como das mais positivas, das mais elogiáveis a atitude do candidato Simão Jatene.
Tomara que ele, de vez em quando, chame o guarda do quarteirão, para saber o que é que se passa por lá.
Se fizer assim, evitará constrangimentos como esse, que fizeram em nome dele, e segundo o próprio diz, sem que ele soubesse.