segunda-feira, 1 de março de 2010

Decreto é um certificado da falta de confiabilidade

Peemedebistas – todos – e petistas – muitíssimos – estão absolutamente convictos de uma coisa.
Essa trapalhada toda que resultou na edição de um decreto que fez lorde perder a estribeira e acabou revogado, no que representou mais uma vitória do PT sobre o governo Ana Júlia, configura formalmente o certificado que o governo do Estado emitiu, inviabilizando duas coisas.
Primeiro, a recomposição – ou repactuação, como queiram – do PMDB com o PT.
Segundo, a aprovação do empréstimo de R$ de 366 milhões que tramita na Assembleia Legislativa.
E o certificado que o governo do Estado passou é daqueles de alta qualificação, tipo ISO 9000.
Por quê?
Porque o decreto reforçou, entre os peemedebistas, a convicção de que a governadora e o núcleo muito restrito que a cerca não são politicamente confiáveis.
Sim, o decreto nada tinha a ver com o PMDB.
Tinha apenas com os petistas.
Mas o PMDB raciocina assim: se um decreto estabanado como esse foi editado sem qualquer acordo prévio com os próprios petistas, como esperar que o governo Ana Júlia tenha credibilidade para negociar com outros partidos?
Da mesma forma, a questão do empréstimo.
O PMDB está certo de que o governo até poderá mandar planilhas explicando como vai aplicar os R$ 366 milhões.
Pode até prometer liberar algumas emendinhas de parlamentares.
Pode até prometer que algumas patrulhas mecanizadas vão ajudar a regar esta ou aquela horta eleitoral.
Mas, no final das contas, o governo não cumpriria nada.
É o que pensam os peemedebistas.
Eles é que pensam assim.

6 comentários:

Anônimo disse...

Caro PB,
Estão jogando todas as fichas na divisão do PT e, principalmente, no acordo PT/PMDB.
Mas você é inteligente e sabe que não é assim.
Aquele (como diz o R70) que dispensa apresentações, está fazendo o papel dele: de valorizar o máximo que pode o seu "passe".

Anônimo disse...

PB,

esse caso do decreto foi questão de falta de maturidade política e conhecimento da composição das tendências petistas, mas não podemos deixar de analisar que um integrante do "Núcleo Duro" agiu de extrema má fé por conta do desconhecimento do "Cara" atual do governo e o "ferrou", como já tentará outras vezes, pois este segura alguns pagamentos que são de extremo interesse do interlocutor das empreiteiras no Pará, que até em revista já foi mencionado. Agora o estrago está feito e o que era apartado continuará. Pobre PT, pobre população do Estado do Pará.

Anônimo disse...

PB, reinteranto o comentário anterior, veja se não há razão para desconfiar do mensageiro das empreiteiras (CGE), hoje o DOE publicou as exonerações dos secretários de estado que concorrerão as eleições e pasme, Valdir Ganzer foi nomeado assessor especial da governadoria, um deputado licenciado nomeado assessor uma aberração, onde nós estamos??? Ou onde vamos chegar???

Anônimo disse...

o mal da DS é achar que todos são Patetas e só ela é Mickey

Anônimo disse...

Lembre que além do PMDB, há também outros partidos dispostos a nao aprovar o empréstimo. É o caso do PSDB, do PTB e,quem sabe o PPS. Lembre também que em 2009, a Alepa autorizou R$ 1,9 bilhao para contrataçao de empréstimos. Desse montante, o Executivo lancou mao de apenas 600 milhoes.

sílvia disse...

No site do Parsifal.

Santa do pau oco

O jornal “O Liberal”, em nota hoje na sua coluna “Repórter 70”, tece considerações sobre o rumoroso 366: pelo teor das notas, devo entender que se trata da “fala do trono”.
O PMDB jamais se propôs a aprovar o empréstimo se o governo enviar planilhas dizendo onde vai empregar o recurso: esta tentativa do governo de escamotear a sua obrigação legal é enviesada.
Quando o governo se propõe a enviar uma planilha, já reconhece o próprio erro, ou má fé: isto deveria ter vindo, desde o início, no corpo do texto legal, com as devidas explicações na mensagem.
O projeto já deveria ter sido devolvido ao Poder Executivo porque é inepto: não diz onde, quando e como vai aplicar os recursos, não versa sobre o pagamento do mesmo, e nem aponta a fonte que o Estado usará para pagar.
Ou o governo acha que não se deve submeter a estes princípios básicos de direito administrativo e da Lei de Responsabilidade Fiscal?
Vendo, o governo, que não consegue levar a Assembléia no conto, como se acostumou a fazer nos mais de R$ 2 bilhões já autorizados, resolve dar mais uma baforada no cachimbo ao ensaiar uma planilha e enfiá-la por debaixo da porta.
De tanto fumar o cachimbo a boca entortou: os deputados estaduais têm dois bilhões de razões para não confiar uma só baforada a mais ao governo e este, ou demonstra a força da cobra morta para aprovar o empréstimo sem emendar o projeto com as devidas regras legais e políticas, ou não terá o valor.
(Refiro-me à cobra morta porque sempre digo que governo é que nem cobra: até morto mete medo. Mas, como já escapei de onça em terra e de sucuri no fundo, sigo a jornada com destemor).

Não se trata de negar ao Pará R$ 366 milhões. Aprovado ou não, o Pará não verá este valor em obras e serviços que são essenciais.
Este governo não teve a capacidade de empregar os R$ 2 bilhões já autorizados, não executou a contento o seu próprio orçamento geral que, nestes 3 anos, já somou aproximadamente R$ 35 bilhões e acha que devemos achar que com os R$ 366 milhões vai transformar o Estado na Bélgica: o canto desta sereia não mais leva ninguém para o perau.
Eu, particularmente, não estou convencido de, em ano eleitoral, entregar R$ 366 milhões na mão de um governo inapetente, omisso, e atrapalhado.
Este valor será pago, com os devidos juros, pelo contribuinte, e o contribuinte bem sabe o perigo que representa por dinheiro na mão de candidato em ano de eleição.
Portanto, muito cuidado com este andor: a santa é do pau oco.