De um Anônimo, sobre a postagem Com engessamento, não há progresso:
Ei, gente!
As coisas não são tão simples assim.
Todo mundo quer trabalhar, até aqueles que recebem Bolsa Família.
Só que, caro amigos, falta também esta tal iniciativa privada criar mais empregos. Com a desculpa da crise mundial, muitas empresas não pensaram duas vezes e demitiram vários funcionários; só queriam uma desculpa e encontraram.
Uma boa parte da elite empresarial brasileira não tá nem ai para o trabalhador, só quer saber de ganhar mais e mais dinheiro. O trabalhador que se dane. Aumento salarial justo, nem pensar, tem que trabalhar e ser explorado muito.
Ora, o governo anterior teve seus méritos, mas também este governo teve sua contribuição para a sucesso do Brasil em várias áreas. A culpa do Brasil não crescer mais, não é de quem ganha Bolsa Família, mas daqueles que têm a oportunidade de criar mais empregos e não o fazem.
2 comentários:
Mas como criar empregos se o governo esmaga as empresas com a maior carga tributária do mundo entre os países pobres, que beira os 40%?
Como expandir as empresas e criar empregos se tudo que elas produzem durante 146 dias do ano vai direto pro bolso dos governantes, que não fazem com que esse dinheiro todo retorne para a população?
A culpa é mesmo dos empresários?
Prezado PB,
O comentário do Anônimo demonstra um claro preconceito contra a iniciativa privada, que, segundo aduz, devia pagar melhor, não demitir, etc., e uma visão equivocada sobre o papel do Estado nas economias modernas ou do tempo presente.
Em primeiro lugar, o Estado não gera riqueza - somente a iniciativa privada o faz. O Estado apenas arrecada tributos para usá-los em favor da sociedade civil. As lógicas da iniciativa privada - que persegue o lucro - e a do estado - que deve ser usar seu aparato em favor da sociedade - são fundamentalmente diversas, embora devam coexistir simultaneamente.
Quando o governo federal faz uma opção por programas sociais, como o Bolsa-Família, entende que é sua tarefa ajudar os desvalidos, o que é certo. No entanto, tais programas, no Brasil, se resumem à mera transferência de subsídios públicos ou de renda sem que os seus beneficiários ultrapassem a linha da pobreza - continuam pobres e, diferentemente do que preconiza o Anônimo, acomodam-se ao subsídio público.
Programas assim são podem dar certo se os beneficiários vierem a desenvolver habilidades profissionais que possam colocá-los no mercado de trabalho e, por óbvio, desligando-os dos respectivos programas.
Recomendo a leitura do livro "Desigualdade Reexaminada", do indiano Amartya Sen, um liberal igualitarista que toca neste aspecto essencial dos ditos programas sociais.
No caso brasileiro, os programas servem, grosso modo, para ampliar a base eleitoral do partido governista.
Se algúem souber de algum beneficiário do Bolsa Família que hoje tenha ultrapassado a linha da pobreza e pedido para se desligar do programa, por favor, mostre esse exemplo para a sociedade civil. Seria uma demonstração do êxito do programa; mas, enquanto isto não ocorre, podemos ter como certo o fracasso do referido programa.
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