sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Reajuste é alvo de revolta

No AMAZÔNIA:

Estudantes de universidades particulares de Belém vão recorrer ao Ministério Público para tentar impedir o reajuste das mensalidades, fixado na última terça-feira, 12, em 5,31%. Eles argumentam que o aumento acima da inflação é considerado abusivo. Ontem, pela manhã, uma comissão se reuniu no Procon para receber orientação e, à noite, os interessados participaram de votação em assembléia no Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unama.
'O acordo acertado pelas instituições de ensino é 1,2% acima do que foi registrado na inflação. Fora isso, a gente sabe que a praxe é das universidades fazerem um reajuste muito maior que o próprio acordo. E como não tem uma fiscalização mais rigorosa quem acaba sendo prejudicado são os alunos que não têm como arcar com estes altos preços', afirmou a diretora do DCE da Unama, Júlia Borges.
Segundo ela, o aumento sucessivo das mensalidades não tem acompanhado a evolução da renda média do trabalhador. 'O que não está sendo levado em consideração neste acordo é de que há muito tempo as mensalidades estão sendo reajustadas acima da média. Hoje um mês de faculdade é muito acima do salário mínimo, por exemplo, e bem maior também do que a inflação do período', questiona.
Ela diz que os movimentos estudantis das universidades particulares estão se mobilizando em torno de um coletivo, chamado 'Vamos à Luta', que vai questionar na Justiça o percentual aprovado. 'As escolas têm até março para apresentar a planilha de custos que vai justificar o aumento acima do que foi previsto no acordo, por isso estamos nos antecipando para questionar estes percentuais, até porque antes mesmo disso o reajuste já estará em vigor. Vamos na Justiça para impedir este aumento abusivo', reclamou a estudante.
Outra denúncia feita pelo grupo é de que as benfeitorias anunciadas pelos diretores das universidades para justificar o aumento das mensalidades muitas vezes não são concluídas. 'Eles anunciam que vão fazer laboratórios, mas termina o ano e ninguém vê nada, não tem fiscalização. Isso sem falar nas taxas que eles cobram. Na FAP, por exemplo, todo dia o aluno tem que pagar R$ 5 para colocar o carro no estacionamento, além de taxas de emissão de documentos e outras cobranças que inventam', afirmou o coordenador do DCE da instituição, Júlio Miragaia.

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