No AMAZÔNIA:
A ocupação do espaço público prejudica principalmente os portadores de necessidades especiais. Para as pessoas com mobilidade reduzida, a dificuldade é enorme, principalmente, quando os bares colocam as mesas e cadeiras na calçada. De acordo com o coordenador de colocação profissional e comunicação social da Associação de Paraense de Pessoas com Deficiência (APPD), Cilas de Araújo Pereira, o problema da ocupação irregular das calçadas ocorre, sobretudo, nas periferias de Belém e o Código de Postura tem foco apenas no centro da cidade.
'O Código de Postura, na prática, precisa funcionar em todo o município e não só no centro da cidade. São feiras construídas nas calçadas e nas ruas, o que dificulta a acessibilidade para quem, anda, por exemplo, de cadeira de rodas.'
De todo o conjunto que forma o espaço urbano, Cilas afirma que a calçada é o local onde existem os maiores obstáculos. A alternativa, segundo afirma, é se arriscar no acostamento. Outro problema destacado pelo coordenador da APPD são os pisos táteis que estão sendo colocados nas calçadas pela Prefeitura de Belém. Os pisos possuem altos relevos, com o objetivo de sinalizar a direção para os portadores de necessidade especiais, principalmente, os deficientes visuais. 'Há alguns destes pisos em que há o desnivelamento e temos que acabar desviando pelas ruas e nos arriscando. Em outros, eles estão obstruídos por carros, ou ainda foram retirados e ainda não foram repostos', afirma.
Raimundo Rodrigues, de 48 anos, tem o costume de andar sozinho pelas ruas de Belém. Ele afirma que é uma verdadeira 'maratona' andar pelas calçadas. 'É carro, camelôs, mesas de bar, enfim é tanta dificuldade para gente não andar pela calçadas, que a gente acaba indo para o meio da rua. As pessoas não têm consciência dos problemas que passamos na rua. Teve uma vez que entrei num estabelecimento e fui reclamar como proprietário', diz.
O também deficiente visual, Raimundo Favacho, de 62 anos, afirma que caminha com dificuldade pelas ruas de Belém. Segundo ele, o Código de Postura não é cumprido pelos cidadãos. 'As pessoas não vêem a situação difícil dos portadores de deficiência. Cada só quer livrar o seu e nada mais. A gente é que sofre', relata.
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