No AMAZÔNIA:
De hoje até o dia 21 de janeiro está proibida a captura, transporte, beneficiamento, industrialização e armazenamento do caranguejo do tipo 'Uçá' no Pará. O período do defeso tem por objetivo manter o equilíbrio sustentável do estoque natural e a manutenção do ecossistema. A novidade deste ano é que durante os três primeiros dias as carnes, refeições, petiscos, indivíduos vivos e outras modalidades do caranguejo-uçá armazenados previamente e devidamente registrados pelos órgãos de fiscalização estão fora da proibição.
'Fizemos um acordo com o movimento de caranguejeiros de que a comercialização nestes três primeiros dias estará liberada, mas apenas para aqueles que preencheram até hoje (ontem) o cadastramento com a declaração de estoque nos órgãos de fiscalização, porque aí haverá o entendimento de que a compra foi feita antes do período do defeso. Depois disso, quem infringir a lei será autuado e pagará multa', afirmou o diretor de fiscalização da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Hayman Souza.
Ele explica que em parceria com os fiscais do Ibama e da Adepará haverá durante o período de defeso um reforço na fiscalização de feiras, mercados e restaurantes. Nas estradas, quem assume a responsabilidade pela fiscalização são os policiais rodoviários.
A portaria da Secretaria da Pesca e Aquicultura (Sepaq) estabelece ainda que a proibição se repetirá nos períodos de 31 de janeiro a 5 de fevereiro; de 15 a 20 de fevereiro; de 1 a 6 de março; de 16 a 21 de março; e do dia 31 de março a 5 de abril.
Hayman explica que o cumprimento do período do defeso é importante para garantir o fenômeno natural da 'andada', o período reprodutivo em que os caraguejos-uçá, machos e fêmeas, saem de suas galerias e andam pelo manguezal para acasalamento e liberação de ovos. 'É muito importante que a sociedade nos ajude neste controle, principalmente na hora de consumir. As pessoas devem procurar se informar se o produto está legalizado, se foi comprado antes do período do defeso, enfim, nos ajudar neste trabalho de fiscalização', afirmou.
Nas feiras e comércios o período do defeso divide opiniões. 'Isso é mais para atrapalhar nosso serviço, porque todo mundo sabe que a andança só começa lá para fevereiro mesmo. Agora nem é tanto. Por isso tem gente que vende mesmo assim', afirmou o vendedor de caranguejo, José Expedito Santos.
Já a proprietária de um restaurante especializado na venda deste tipo de iguaria, Maria José de Jesus, entende que o defeso é a garantia da sustentabilidade dos negócios. 'Eu sou a favor porque é única forma de garantir que sempre teremos caranguejo para vender. Temos que respeitar. Já abasteci o estoque e se acabar antes da hora é só fechar mais cedo', afirmou Maria José.
Nenhum comentário:
Postar um comentário