quinta-feira, 22 de outubro de 2009

“O que a Vale significa para o Estado do Pará?”

Do leitor Cláudio Teixeira, sobre a postagem A Vale não é do Brasil? Então que o demonstre.:

Não se discutem os números da Vale?
Não é bem por aí!
Os números que a Vale apresenta são realmente astronômicos. E justamente por isso deve-se ter cuidado ao apresentá-los como algo que não se discute.
Vendida a preço de sucata de ferro, seu valor de fato aumentou assustadoramente.
Há algum leitor que faça idéia real desses números apresentados? Só mesmo comparando com o PIB de outros países e aí temos a clara dimensão da enormidade do saque que é feito pela “empresa do Brasil”.
Dá pra considerar nesses números a quantidade de processos trabalhistas?
Dá pra contabilizar nesses números os recursos investidos nas campanhas dos políticos em épocas de eleição? O que a empresa leva em troca?
Dá pra considerar nesses números o passivo ambiental?
Não dá pra ignorar que a reação do presidente é, sim, suspeita. Véspera de ano eleitoral, faz uma pressão aqui que a empresa libera alguns bilhões. Turbinando assim algumas candidaturas.
Mesmo suspeita, a reação é justa. Se levada a efeito e não ficar somente nos discursos, ganharemos com isso, mas ganharemos o quê?
Os governadores que já passaram pelo Palácio dos Despachos cobraram da Vale? Cobram da Vale? Pode até ser que sim, mas cobram o quê? Há um projeto claro de desenvolvimento para o Estado? Há um projeto verdadeiro de desenvolvimento do País?
O que é cobrado?
Casas populares? Mais uso de mão de obra local nas instalações da empresa e de suas terceirizadas? Patrocínio de eventos culturais no Estado?
O que a Vale significa para o Estado? O que o Estado significa para a Vale?
Creio que os números da Vale devem sim ser discutidos, mas devem ser discutidos a partir de um projeto de desenvolvimento para a região Amazônica e principalmente para o Estado do Pará.
Seja o presidente da Vale o Agnelli, o Eike Batista ou a Luma de Oliveira.

2 comentários:

Mary disse...

Paulo,
Muito procedente seu questionamento. O que afinal ganhamos em contrapartida é uma pergunta que não quer calar.
Em nome do pacto federativo o Pará fica sempre a ver navios, ou melhor, os trens.
Dizem que o Brasil está perdendo o complexo de vira lata (com todo respeito aos cães), mas no Pará esse complexo é cada vez maior, basta ver como se comportam nossas autoridades com relação a essas empresas. Só faltam dar as calças, como diz o ditado popular.

Hanny disse...

Mano Bemerguy!

Dados de junho de 2008 do Ministério da Previdência mostram a Vale na relação dos maiores devedores: R$ 40 milhões é a dívida da empresa com a Previdência. Não paga por quê?