No AMAZÔNIA:
Mesmo com todos os ônibus intermunicipais de volta às ruas, depois do fim da greve dos rodoviários, considerada abusiva pela Justiça do Trabalho, o movimento ainda era tranquilo, ontem, no Terminal Rodoviário de Belém. A desinformação era grande e a maioria das pessoas que passavam pelo local não sabia da decisão que pôs fim à paralisação, que durou oito dias. Muitos passageiros que foram ao Terminal, preocupados com os rumos que a greve poderia tomar, resolveram se prevenir e compraram as passagens durante a semana, para não correr o risco de ficar sem viajar.
Foi o que fez a geógrafa Ana Valente. Ela comprou a passagem para Mocajuba na última sexta-feira. 'Eu fiquei muito preocupada. Uma greve nesse período sempre atrapalha. É melhor prevenir', garante. O tecnólogo de segurança, Éden Carlos, de 23 anos, não sabia do fim da paralisação, mas mesmo assim resolveu arriscar e preferiu comprar a passagem para Barcarena no domingo mesmo, minutos antes de viajar. 'Sempre ficou aquela dúvida se eu ia conseguir ou não comprar. Mas, por sorte, foi tudo tranquilo. Não passei por sufoco nenhum para conseguir minha passagem', comemora.
Giovana de Fátima, que trabalha no guichê da empresa Boa Esperança, conta que, mesmo com o fim da greve, o movimento ainda foi tímido e ainda não houve aumento nas vendas de passagens no primeiro domingo sem paralisação. 'Algumas pessoas vêm aqui e perguntam se já está tudo normal. Mas elas ainda estão preocupadas e chateadas com tudo o que aconteceu. Acho que a partir de amanhã (hoje) pode melhor um pouco'.
Abusiva - Se para os veranistas a notícia foi boa, o presidente do Sindicato dos Rodoviários em Empresas de Transporte de Passageiros Interestaduais, Intermunicipais e Turismo (Sintritur), Antônio Flávio Ferreira, ainda lamentava a decisão da Justiça do Trabalho que pôs fim à greve da categoria. 'Eu não vi o poder público ser respeitado. Simplesmente foi olhada a questão do usuário, mas o Ministério Público esqueceu o lado do trabalhador', criticou.
De acordo com ele, o Sindicato entrará hoje com um documento no Tribunal do Trabalho contestando a abusividade. 'Não queríamos parar nesse período. Mas estamos negociando desde março e a proposta da patronal não avança. Desde o início eles dizem que vão dar reajuste de apenas 5,84%. Essa greve poderia ter sido evitada se as negociações tivessem avançado'.
Antônio Flávio comentou ainda sobre o risco de serem descontados do salário os dias em que os rodoviários ficaram parados. 'A gente teme, porque com a abusividade da greve, ficou delicada a situação. Mas a classe vai acatar qualquer decisão', finalizou.
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