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Leia a nota, na íntegra e, a seguir, o comentário do blog:
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NOTA DA SEDUC
Em relação ao que foi veiculado na imprensa relacionado ao Programa Pará, Minha Terra, Minha Escola, Minha Paz e envolvendo o meu nome, quero reafirmar que tenho a consciência tranquila de ter agido corretamente ao distribuir, para quase um milhão de estudantes da rede estadual de ensino, um kit composto de mochilas, agendas e camisas do uniforme escolar.
Um benefício inédito em nosso Estado, o Programa Pará, Minha Terra, Minha Escola, Minha Paz produziu resultados positivos para os estudantes, suas famílias e a comunidade.
Pela primeira vez, os Conselhos Escolares receberam recursos diretamente para a aquisição dos uniformes, descentralizando o processo de compra e favorecendo dezenas de pequenos fabricantes e a economia local.
Parte das camisas foi confeccionada por cooperativas formadas por jovens do programa Bolsa Trabalho, reforçando ainda mais o alcance desta importante iniciativa social do Governo Popular.
Os milhares de jovens e suas famílias que, pela primeira vez, tiveram direito ao seu uniforme escolar garantido pelo estado, sabem que o que nós fizemos foi importante e positivo.
Por fim, reafirmo meu compromisso com a educação pública gratuita e de qualidade e com o desenvolvimento de uma gestão educacional democrática e republicana.
Quanto à decisão judicial envolvendo o meu nome daremos - eu e minha equipe -, logo que citados oficialmente, todas as informações e declarações à Justiça do Pará, para comprovar o acerto e a correção da nossa medida.
Belém, 1º de julho de 2009
Iracy de Almeida Gallo Ritzmann
Secretária de Estado de Educação
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Do Espaço Aberto:
1. “[...] Tenho a consciência tranquila de ter agido corretamente ao distribuir...”
Secretária, na Administração Pública, “consciência tranquila” não é e nunca foi jamais, em tempo algum, na História deste e de outros países, deste e de outros planetas, critério aceitável para se aferir a legalidade dos atos de um gestor – do primeiro ao milésimo escalão. “Consciência tranquila” é resultado de processo crítico que se passa no íntimo de cada um. Na Administração Pública impera, entre outros, o princípio da legalidade. Pergunte ao dr. Carlos Ledo, seu assessor jurídico, que ele explicará a Vossa Excelência se o princípio da legalidade tem alguma relação – por mais remotamente que seja – com “consciência tranquila”.
2. “Parte das camisas foi confeccionada por cooperativas formadas por jovens do programa Bolsa Trabalho, reforçando ainda mais o alcance desta importante iniciativa social do Governo Popular.”
Não se discute a importância social desses kits. Este blog mesmo já ressaltou isso várias vezes. A iniciativa é das mais louváveis. E poderia consagrar o governo Ana Júlia. Mas, secretária, iniciativas de largo alcance social, quaisquer que sejam, não podem prescindir de ditames legais. Sob hipótese alguma. É o que se discute neste caso.
3. “Reafirmo meu compromisso com a educação pública gratuita e de qualidade e com o desenvolvimento de uma gestão educacional democrática e republicana.”
Esse compromisso não é só seu, secretário. É de toda a sociedade. Educação pública gratuita e de qualidade e com o desenvolvimento de uma gestão educacional democrática e republicana é uma aspiração de todos. O que é que esse compromisso e essa aspiração têm a ver com superfaturamento de R$ 7, 330 milhões?
4. “Quanto à decisão judicial envolvendo o meu nome, daremos - eu e minha equipe -, logo que citados oficialmente, todas as informações e declarações à Justiça do Pará, para comprovar o acerto e a correção da nossa medida.”
Secretária, no momento propício, não esqueça de pedir – seja à sua assessoria jurídica, seja à Procuradoria-Geral do Estado – que esclareçam em juízo a questão das compras – superfaturadas, segundo o Ministério Público – de 1 milhão de agendas e de 1 milhão de mochilas, tudo sem o indispensável processo licitatório. Esse pedido é necessário, dra. Iracy, porque se a sua defesa em juízo for igual ao teor de sua nota, a senhora poderá ser prejudicada. Porque sua nota não aborda, numa linha sequer, a questão da compra das agendas e das mochilas. Já pensou se a defesa de Vossa Excelência cometer essa omissão?
14 comentários:
Paulo , parabéns , vc está coberto de razão. O mais engraçado nisso tudo é que a Governadora deveria demitir sumariamente todos os envolvidos. Não o fez nem o fará. Não vejo como não estar a maxima autoridade do Estado envolvida com esse crime. Sugiro aos MPs que movam também contra ela e seu Chefe da Casa Civil ma ação civil pública por Improbidade Administrativa e determinem o Afastamento imediato dela e de seus Aseguidores, já que desde o início desse Desgoverno o povo vem sofrendo de enorme dano moral e material . Só como curiosidade, o sr Fernando Azevedo, é amigo de priscas eras de Ana Júlia, desde o BBrasil, tendo sido nomeado diretor Adminitsrtaivo Finaceiro na Sespa no período de Agosto a Outubro de 2007 , sendo exonerado sem explicação do cargo e substituido po Nilma Pacheco também exonerada sem explicação . Defendido por Charles Alcântara e chamado de companheiro em programa recente . Como se vê , tão íntimos , tão próximos na maneira de pensar e agir . MUda Pará!
Caro PB,
Nota Oficial - 0
Tua análise -10
As vezes penso que essas "otoridades " imaginam tratar com obnubilados e pascácios. Só pode ser, a julgar pela vacuidade da explicação.
Fosse eu superior dessa Gallo, já a teria colocado prá fora do galinheiro, Só pela nota. Liminarmente. De plano. Só pela nota.
Zero. Prás duas!
Salud!
Bom dia, caro Paulo:
não tenho a sua elegãncia para comentar a nota da Professora.
Do alto da sua arrogância - já nada juvenil - ela declara que tem a consciência tranquila por "distribuir" patatipatatá.
E nem percebe na sua senil prepotência - não dela especialmente, pois a prepotência é que é um comportamento senil - que confirma a ação judicial pois ninguém a acusa de ter "distribuído". O MP acusa a SEDUC de ter adquirido de forma ilegal o material que a Secretária distribuiu "sem culpa". É preciso, portanto, justificar com que consciência ela mandou adquirir.
Então tá. Vamos aguardar a próxima confissão. Lembrando que já passou a hora dessa turma tentar confundir por não poder esclarecer.
Abração.
PS: com esta VELOX potente, não sei se enviei dez vezes o comentáio...rsrsrs...
Pela primeira vez, também, um governo repassa para uma agência de publciidade, no caso a Double M, quase 30 milões de reais para intermediar a compra de agendas e mochilas.
Será que a nobre secretária tem a conciência tranquila quanto a esse fato?
Ei blog, que tal veicular a matéria abaixo? Sugiro até o título: KIT DO PARÁ X MANSÃO NÃO DECLARADA DO SARNEY EM BRASÍLIA. QUEM PERDEU MAIS, O PARÁ OU O MARANHÃO?
Sarney esconde da Justiça Eleitoral casa avaliada em R$ 4 milhões
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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
A pressão para que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se afaste do cargo ganhou nesta sexta-feira novos argumentos. Sarney é acusado de ter escondido da Justiça Eleitoral a propriedade de uma casa avaliada em R$ 4 milhões. O imóvel fica na Península dos Ministros, área mais nobre de Brasília.
A Folha Online procurou o presidente Sarney e a assessoria para comentar a denúncia. A assessoria informou que uma nota será divulgada para esclarecer a ausência da casa nas declarações entregues pelo peemedebista à Justiça Eleitoral.
Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", o parlamentar registrou a compra em um contrato de gaveta em 1997, quando comprou a casa do banqueiro Joseph Safra. Nas declarações repassadas por Sarney nas últimas duas eleições que disputou, o imóvel não foi incluído entre a lista de seus bens.
Ao jornal, a assessoria de Sarney informou que ocorreu um "erro do técnico que providencia a documentação do presidente Sarney junto aos órgãos competentes". Afirmou ainda que o imóvel consta das "declarações anuais de Imposto de Renda do presidente, entregues também ao TCU (Tribunal de Contas da União) com frequência anual".
O presidente Sarney tem sido cobrado por senadores e partidos a se afastar do cargo nas últimas semanas. A situação de Sarney é considerada delicada porque as denúncias o envolvem diretamente. O PSOL não só defende o afastamento, como entregou uma representação pedindo que ele seja investigado no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.
A informação de que José Adriano Sarney, neto de Sarney é proprietário de uma das empresas que trabalha com empréstimos consignados para funcionários do Senado já tinha trazido novo desgaste ao peemedebista. A suspeita é de que José Adriano tenha sido favorecido nas negociações com a instituição. Sarney e José Adriano divulgaram nota negando que a relação familiar tenha beneficiado a empresa da família.
De acordo com o PSOL, 15 pessoas ligadas diretamente ao presidente do Senado teriam sido beneficiadas com os atos, entre eles, o que nomeou seu neto João Fernando Sarney para o gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA).
O partido afirma que Sarney tem sido omisso diante da crise que atinge a imagem da instituição. "Sarney nada fez até o momento, se restringido a discursar sobre o problema afirmando ser uma questão institucional. Não anulou os atos, não tomou medidas saneadoras."
Aliados e familiares sinalizaram ao longo da semana que Sarney estaria disposto a deixar o cargo. Segundo interlocutores, ele tem segurado a presidência aguardando um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Quanto foi mesmo a comissão da DoubleM, só pra intermediar a operação? Grana fácil assim, mano, até eu.
A nota é de caráter estritamente pessoal, o que é vedado pelo Direito Administrativo.
Ministério Pùblico neles, de novo, para verificar os custos da nota. Foi só aqui no blo ou em jornais impressos?
A Nota esclarecedora, habilmente esclarece...nada.
Contém um mix de enrolation, embromation, frases feitas, ufanismo poeirento e tudo o mais de alguém interessada em não esclarecer nada.
O texto do post sim, é extremamente pertinente, nota 10 seu Espaço!
O anônimo das 11:33 matou a pau!!! A Administração Pública é impessoal. É o que deflui do art. 37 da Constituição de 1988.
A Secretária deve devolver, no caso, o que foi gasto com a divulgação de sua nota pessoal.
Quem faz isso, PB, confunde a coisa pública com interesses privados. E demonstra que não sabe como funciona uma república democrática.
A Seduc e outros Órgãos do Estado estão atolados na lama. Está na hora da ALEPA criar a CPI para apurar essas licitações fraudulentas. Na Sead tentaram beneficiar uma empresa de telefonia no Registro de Preços para contratar com todo o Estado, a coisa melou e está na justiça tembém. Tá aí o processo:
Processo 200930038573
Situação EM ANDAMENTO
Data da Distribuição 28/04/2009
Secretaria SECRETARIA CÂMARAS CÍVEIS REUNIDAS
Vara CÂMARAS CÍVEIS REUNIDAS
Relator MARIA DO CARMO ARAUJO E SILVA
Fundamentação Legal Pregão Eletrôncio SEAD/DGLSRP nº. 005/2009 - Anulação e Invalidação das decisões que declararam a empresa vencedora e habilitada no referido pregão bem como adjudicaram e homologaram o resultado do certame.
Classe/Procedimento MANDADO DE SEGURANCA
Anônimos das 11:33 e das 17:56,
A nota da secretária não foi paga, não.
Pelo que sei, foi remetida as jornais, que deram o tratamento editorial que acharam conveniente, publicando-a na íntegra ou apenas os trechos principais.
Abs.
Cadê a ALEPA? Cadê os deputados? Cadê o Jáder? Não fazem uma CPI por quê? O que tá faltando????
CPI Já! Não podemos esperá!
O fato de não ter sido paga, não apaga a pessoalidade dada à nota, persistindo interesse do MPE investigar eventual desvio de finalidade!
Cadê o Ministério Público?????/!!!!!!!
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