Estudante se afoga na Federal

No AMAZÔNIA:

A morte por afogamento de um estudante universitário que participava do 29º Encontro Nacional dos Estudantes de História (Eneh) em Belém chocou estudantes e professores na manhã de ontem, no campus básico da Universidade Federal do Pará (UFPA), no Guamá. Antônio Gefreson Cardoso Dias tinha 23 anos e cursava a graduação em História na Universidade Federal do Amapá (Unifap). Ele se afogou após ter decidido tomar um banho no rio Guamá, no entorno da universidade. O corpo do jovem foi resgatado pelo subtenente Jedalias e pelo cabo Dos Santos, do Grupamento Marítimo e Fluvial do Corpo de Bombeiros, sob o comando do tenente- coronel Mário Morais, a poucos metros da margem do rio Guamá, próximo ao local em que ele havia deixado suas roupas. As circunstâncias do afogamento serão divulgadas após o laudo pericial do corpo, que foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) ontem à tarde.
Segundo participantes do Eneh, que começou no domingo e será encerrado no dia 25 nas instalações da UFPA, Antônio era um rapaz pacato e que gostava de ficar sozinho. Ele havia chegado à universidade em um barco procedente de Macapá (AP) no último sábado. A embarcação estava atracada no cais da UFPA até a manhã de ontem. Ainda não se sabe porquê o estudante decidiu mergulhar no rio, mas a hipótese mais provável é que ele tenha decidido tomar um banho, por volta das 8 horas, quando o movimento de estudantes na universidade já era intenso.
Um funcionário da empresa que faz a segurança da UFPA disse ter encontrado as roupas de Antônio jogadas sobre um banco à beira do rio, na área da orla que fica próxima ao cais, nesse mesmo horário. Ao olhar para o Guamá, o segurança ainda viu a cabeça do jovem, que gritava por socorro, mas logo depois ele desapareceu sob as águas. O Corpo de Bombeiros foi acionado e chegou ao local por volta de 11 horas, mas a lancha que faria a busca do corpo somente chegou às 13 horas, pois estava em outra missão na região das ilhas.
As buscas não duraram três minutos. Dezenas de participantes do encontro e professores acompanhavam, atônitows, o trabalho dos bombeiros no momento que o cadáver foi encontrado no leito do rio. A vítima foi encontrada trajando apenas cueca e não tinha marcas de ferimentos no corpo. A remoção foi feita por uma equipe do Centro de Perícias Científicas CPC Renato Chaves (CPCRC) horas depois.
Assustados, participantes e integrantes da comissão organizadora do Eneh preferiram não se manifestar à imprensa até que a Reitoria da UFPA fizesse um posicionamento oficial. Relatos informais indicaram, no entanto, que na hora da inscrição no evento os estudantes tinham de assinar um termo de responsabilidade em que eram listadas as proibições dentro da UFPA - entre elas a de nadar no rio Guamá, por conta do desconhecimento da força da correnteza por parte dos participantes.
Uma jovem inscrita no evento disse que na noite anterior uma grande festa havia sido organizada pelos estudantes que estavam acampados na universidade, mas não soube precisar se Antônio teria consumido algum tipo de bebida alcoólica: 'O que ouvimos por aí é que ele era um garoto tranquilo, não era de farra nem ficava de papo com muita gente, não. Não dá para entender. Por que ele iria se jogar na água assim, do nada?'.