No AMAZÔNIA:
A Polícia Federal paraense prendeu, ontem, Américo Pereira Moreira, de 59 anos, conhecido como 'Professor', acusado de aplicar golpes, enganando pessoas com promessas de emprego na Suíça. Ele foi preso em Macapá (AP), para onde fugiu após enganar mais de 100 pessoas no Pará e lucrar cerca de R$ 40 mil com o esquema. Na tarde de ontem, ele foi trazido para Belém, onde está preso na sede da Superintendência da PF. A prisão foi feita em cumprimento a um mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça estadual de Minas Gerais, onde ele também aplicou o golpe do emprego.
Segundo o delegado André Lavor, o preso também usava o nome de Américo Martins Moreira e se apresentava como uma pessoa que trabalhava com plantadores de cacau. 'Professor' dizia às vítimas que estava procurando pessoas para trabalhar uma fábrica de chocolates na Suíça, de nome 'Lindt & Sprungli', para onde os plantadores vendiam a produção do cacau. Com essa mentira, ele formou pelo menos quatro grupos de 30 pessoas em cada um deles.
O acusado assediava, primeiro, uma pessoa, que ficava responsável por recrutar outras 29. A promessa era de salários altos e cargos para pessoas com baixa escolaridade e de nível universitário. Com esse golpe, ele conseguiu enganar desde trabalhadores de plantações de cacau até universitários. Após ter sido arregimentado todo o grupo de vítimas (30 pessoas), 'Professor' ministrava uma palestra para convencer sobre a oferta de emprego na Europa.
Durante a palestra, o acusado dizia que era necessário que os documentos de identidade e certidões de nascimento fossem traduzidos para o inglês por tradutores juramentados. Mas, para isso, cada pessoa teria que dar a ele R$ 350,00 para pagar o tradutor e aprontar os documentos. Após algum tempo, ele entregava xerox do que seriam os 'documentos traduzidos' e alegava que os originais teriam que ficar com ele para serem entregues à empresa suíça.
Segundo as investigações comandadas pelo delegado André Lavor, o preso teria aplicado o mesmo golpe no município de Varginha (MG), onde também teria enganado um grande número de pessoas. Daquela cidade mineira ele fugiu para o Mato Grosso, onde passou uma temporada, antes de vir para Belém. Após aplicar o golpe na capital paraense, 'Professor' fugiu para Macapá (AP), onde já estava há um mês, iniciando a aplicação de novos golpes, envolvendo plantadores de cacau.
O delegado informou, ainda, que a denúncia inicial era de que se tratava de um caso de tráfico internacional de pessoas. Porém, as investigações apontam até o momento para o crime de estelionato. Mesmo assim, a polícia ainda investigará se existe alguma relação com tráfico humano.
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